ARQUIVO X - EPISODE GUIDE

No início dos anos 1990, poucos seriam capazes de acreditar na proposta de um seriado que contasse a história de agentes do FBI investigando monstros, mutantes, extraterrestres e fenômenos inexplicáveis.

Para o surfista platinado e roteirista Chris Carter, a idéia não era nada estranha. Com inspirações em outras séries, como por exemplo, "Kolchak e os demônios da noite" e uma observação cuidadosa da paranóia e desconfiança dos norte americanos, especialmente após o caso Walter Gate, ele ousou criar o que inicialmente foi difícil de ser vendido (porque ninguém conseguia entender), mas que se tornou o maior fenômeno da TV dos últimos tempos: The X Files (Arquivo X no Brasil).

A série - que começou com um orçamento modesto - teve o poder de alavancar grandes audiências, chegando a um impressionante número de 20 milhões (em média) de expectadores na quinta e sexta temporadas.

Carter parecia mesmo conhecedor dos medos e estranhos desejos que habitam o subsolo da mente humana: necrófilos, mutantes, bestas apocalípticas, híbridos e tantos outros demônios silenciosos (ou nem tanto) que vivem em nós e que parecem querer despertar nos mais estranhos contextos.

Arquivo X é sobre a busca por Deus, como definiu seu criador, uma busca que permeia toda a civilização humana através de inúmeras simbologias e dos mais diversos caminhos. Tal premissa é universal, mas o que diferencia Arquivo X de outras séries antes e depois dela, é que suas histórias são contadas através da visão particular e original de Fox Mulder e Dana Scully, duas pessoas que carregam em si a fé e a dúvida, e observam o mundo a partir de visões diferenciadas, mas complementares. Acreditar, para Mulder, é ter a consciência de que não estamos sozinhos e, para Scully, é a certeza de que alguém nos fala de algum lugar além de nós, mesmo que muitos não estejam ouvindo.

Ou seja, mais do que conspirações governamentais e homenzinhos verdes (na verdade, cinzas), Arquivo X é Mulder e Scully. Dois personagens nascidos da imaginação fantástica de Chris Carter e da interpretação apaixonada de David Duchovny e Gillian Anderson. Sem eles, possivelmente nunca daríamos muita importância sobre o motivo que colocaram o “I” em FBI. Sem a química extraordinária que marcou o trabalho dos dois na tela da TV e do cinema, talvez não houvesse expressões como shippers, noromos (entre outras), nem se discutisse por tantas e tantas horas um leve toque de mão entre um homem e uma mulher, numa época em que cenas calientes eram mostradas em turbilhão nos programas de TV.

A seguir, apresentaremos reflexões, comentários, curiosidades, imagens e vídeos sobre Arquivo X e sua extraordinária mitologia. “A verdade está lá fora”, mas seguindo a filosofia de Mulder, sintetizada no pôster “Eu quero acreditar”, construímos esse blog, que pode não ter o primor de uma análise científica da Scully, mas ao menos poderemos ter a certeza de que não estamos mais sozinhos... “embora, segundo a maneira de ser de cada um de nós, neste planeta, estamos todos...sozinhos”.