quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Introdução à Quinta Temporada de Arquivo X

Alívio.

Poderíamos resumir toda essa temporada a essa palavra e todos ficariam satisfeitos e se identificariam. Certo? Depois de todo o perrengue que passamos, morrendo de medo de perder nossos queridos, a única coisa que pensávamos era: Eles estão vivos! Eles estão vivos!

Entretanto, isso não faz desta uma temporada tranquila para ninguém, muito pelo contrário. Toda a sensação de alma lavada com a sobrevivência de nossa ruivinha e do narigudo só faz com que o impacto dos outros acontecimentos nos atinja com força total.


A nossa surpresa maior é perceber como toda essas explicações sobre o câncer da Scully e sua cura afetam a ela e a seu parceiro. “Como assim? Mulder e Scully estão com os papéis trocados?” Não exatamente. Mas ambos tiveram seus mundos abalados e suas convicções foram postas a prova de uma fora muito dura. Honestos como são, tanto consigo mesmos e com a verdade, eles tem de questionar seus conceitos pessoais com as novidades que têm em mãos. E aí está a beleza de boa parte da quinta temporada. Vemos ambos os nossos queridos agentes num território estranho a eles mesmos, o da dúvida sobre o que eles achavam ser verdade.

Scully precisa entender o objeto que ela carregava no pescoço. Na verdade, os objetos. O que significava a correntinha com a cruz para ela? Onde ficava a sua fé em Deus nisso tudo? Não há como negar que sua experiência tendo a morte tão perto de si por tanto tempo fez com que ela reconsiderasse antigas crenças e a força que elas tinham em sua vida. O que antes era colocado ligeiramente de lado foi trazido de volta e colocado num lugar de muita importância. Isso posto, o que dizer sobre o outro objeto que jaz sob sua pele? Como conciliar sua ainda inabalada fé na Ciência e sua recém fortalecida fé em Deus com aquilo?


Enquanto isso, Mulder não estava num lugar melhor. Então, tudo o que ele pensou ser verdade era uma grande mentira? Toda a sua reputação, sua vida, seu trabalho, sua fé... tudo não passou de um jogo para as pessoas contra quem ele lutava? E além disso tudo, por causa de sua teimosia e, por que não dizer, inocência, ele quase teve sua parceira assassinada. Ele não poderia arriscar que isso acontecesse novamente.

Ambos, então, saem em busca mais uma vez da verdade, e desta vez a verdade estava dentro deles mesmos. Eles teriam que se abrir totalmente para tudo o que acabaram de saber e tentar juntar isso com o que eles sabiam antes e, principalmente, medos e preconceitos não poderiam entrar nessa equação. Poucos tem a força de encarar uma luta como esta.


Todo esse conflito interno dos agentes mais a sempre deliciosa interação entre eles faz dessa temporada algo único. Mas não apenas da vida pessoal de Mulder e Scully era feito Arquivo X. Assim, durante a temporada, tivemos muito mais... Então, mais da mitologia é revelada apenas para nos deixar com ainda mais dúvidas. Soubemos um pouco mais das experiências que são feitas com os óvulos retirados vítimas de abdução e, consequentemente, do que foi feito com a Scully... Logo no começo da temporada ficamos sem entender, mais uma vez, as atitudes dúbias do Canceroso, cujo caráter confuso ganha ainda mais camadas quando conhecemos sua ex mulher e filho. Enfim... tudo o que é Arquivo X: dúvidas, dúvidas e mais dúvidas. A meta básica de Chris Carter deve ter sido justamente essa: nos encher de paranoia e questionamentos sobre absolutamente tudo o que nos rodeia.

Somando-se a todo esse emaranhado de acontecimentos, há os Monstros da Semana. E essa temporada contém não apenas alguns dos melhores de toda a série como também os prediletos dos protagonistas da série. David Duchovny já comentou o quanto amava Prometheus Pos Moderno e Gillian Anderson, segundo o mesmo, não parava de falar em Bad Blood Bad Blood Bad Blood...


Que mais? Mulder sendo tentado pelo lado negro da força; Scully encontrando uma filha que ela nunca teve; verdadeiros monstros fazendo Mulder ser tratado como louco; cegos vendo literalmente com os olhos de outras pessoas; fantasmas do passado voltando para surpreendentemente salvar, no caso de Modell, e atormentar, no caso de Samantha, Mulder; árvores que sangram; a origem dos Arquivos X; e, óbvio, aliens...

E claro que não podemos esquecer que a este ponto da série, Mulder e Scully já estavam mais relaxados e mais ou menos conscientes da atração mútua. E isso nos rendeu muitos flertes, pequenas indiretas, algumas briguinhas e cenas de ciúmes... fora as já usuais muitas cenas românticas como toques de mãos e declarações de am-... digo, de total confiança mútua.


Entretanto, apenas para brincar com nossa pobre mente que estava saltitante porque, apesar de tudo, tínhamos Mulder e Scully lindamente saudáveis, recebemos de presente a completa destruição da sala de Mulder como season finale. Não seria Arquivo X se fosse fácil, não é mesmo?

Enfim... tudo isso e muito mais (propaganda de tv? oi?) temos nessa fabulosa quinta temporada. Preparados?