domingo, 23 de fevereiro de 2014

50 anos de Dana Scully


Dana Katherine Scully nasceu em 23 de Fevereiro de 1964 na cidade de Annapolis, Maryland, USA, filha de William e Margarett Scully. Ela se formou em física e medicina. Seu pai, militar, morreu no começo de 1994, vítima de um ataque cardíaco marcando o início de seu drama familiar. Provavelmente o maior baque para a agente foi o assassinato de sua irmã, Melissa, que morreu assassinada em seu lugar em seu apartamento. Seu irmão Bill seguiu os passos do pai, e fez carreira na marinha, além disto é  um chato, casado e teve um filho. O outro irmão, Charles, nunca realmente apareceu na série a não ser de longe no funeral de seu pai, e mencionado no natal que Dana passou na casa de Bill. Sua mãe passa bem até onde sabemos.

 Arrependida de ter matado uma cobra no mato

Ao se formar em medicina, Scully foi recrutada para trabalhar no FBI. Ela aceitou a oferta pois queria dedicar sua vida a ajudar as pessoas de alguma forma e achou que, como médica, poderia fazer a diferença no bureau. Nos primeiros anos dentro do FBI, ela atuou como instrutora na academia em Quântico e colaborou em algumas investigações.

Recebendo sua inseparável correntinha de sua mãe

Em fevereiro de 1992, Dana Scully foi designada para os Arquivos X como parceira do agente Fox Mulder. Sua missão era avaliar cientificamente (e como desejavam os seus superiores, invalidar) o trabalho de Mulder. Ela acabou ficando no departamento até meados de 2000. Ela saiu dos Arquivos X para voltar a ser instrutora da academia quando seu filho nasceu dando lugar aos agentes Dogget e Reyes nos Arquivos X, dado que Mulder estava novamente desaparecido, desta vez por vontade própria. Ela acabou fugindo com Mulder por volta de 2002 quando ele foi acusado injustamente de uma série de crimes.


Com relação a sua vida amorosa, ela teve um caso com um de seus professores do curso de medicina, Daniel, que aparece na sétima temporada. Namorou um agente do FBI, que foi seu instrutor na academia, e tempos depois quando ela já era parceira de Mulder, seu ex foi possuído pelo espírito de um bandido e quase a matou. Dentro do script do episódio Piloto está que ela tinha um namorado, mas ele não sobreviveu ao corte na edição final que foi ar. Além disso, ela teve alguns flertes, dentre eles estão: agente Pendrell, que era apaixonado por ela mas morreu sem que ela lhe desse atenção; Ed Jerse, que ainda hoje gera controvérsias entre os fãs sobre a extensão do romance de Scully com ele; e Philip Padgett, que no final percebeu que ela não estava realmente interessada por ele. Hoje, ela está tecnicamente casada (shhh sim, está) com seu antigo parceiro Fox Mulder.

Com sua irmã discutindo prós e contras de uma posição no FBI

Profissionalmente, no entanto, sua vida foi muito conturbada. Pode-se dizer mesmo que sua vida amorosa não foi muito movimentada porque chegou um ponto em que ela vivia apenas para o trabalho. O que não é de se espantar ao notar o quanto que do sucesso no trabalho dependia a sua sobrevivência e a de muitos a seu redor. Na verdade, vida pessoal e profissional de Scully se mesclou desde que ela entrou nos Arquivos X – assim como era com Mulder. Assim, ela vivia quase que exclusivamente para o trabalho, pois os Arquivos X se tornaram mais que um trabalho, eram a busca da vida deles.

Fonte.

Durante seus anos nos Arquivos X, sua vida foi ameaçada diversas vezes e ela foi sequestrada umas outras tantas. O maior e mais relevante dos sequestros, durou meses. Scully ficou desaparecida e foi devolvida em coma, a beira da morte. Um ano depois, ela descobriu ter um chip em sua nuca – provavelmente colocado durante sua abdução - e quando o removeu, ela desenvolveu um câncer – massa tumorosa nazofaríngea – doença inoperável e incurável. Dana e Mulder lutaram incansavelmente contra o inevitável sem encontrar a cura. Mulder em uma manobra perigosa invade uma base militar e encontra uma cura improvável, mas que funciona:  a colocação de um novo chip no mesmo local. Os meses com câncer marcaram sua vida profundamente e ela descobriu nesta época que todos os seus óvulos haviam sido roubados, o que a deixou estéril. Conforme aprofundavam no Arquivo X, descobriram que este óvulos eram utilizados em experiências com material genético alienígena.


No final de 1997, ela descobriu que uma criança foi gerada com seus óvulos. A menina se chamava Emily e morreu poucos dias depois que Scully a conheceu devido a complicações com as experiências que eram feitas nela.

No porão pela primeira vez

Em um ponto não especificado, ela tentou, junto a Mulder, engravidar usando óvulos encontrados por ele em uma instalação militar. A tentativa não foi bem sucedida. No entanto, em meados de 2000, ela se descobriu misteriosamente grávida e deu a luz a um menino que chamou de William. William é até hoje envolvido em mistério. Nunca foi realmente revelado como ele foi gerado, mas é aceito que Scully e Mulder são seus pais.

Com Emily

Durante a gravidez, Scully passou por muitos momentos de angústia, primeiro pois Mulder foi abduzido justamente quando ela se descobriu grávida, voltando morto e ressuscitando alguns meses depois e enfim por haver muitas dúvidas com relação aos comos e porquês dessa gravidez com muitos achando que havia algo de sobrenatural com a criança. O parto foi no meio do nada em uma tentativa de proteger mãe e filho, mas os aliens, ao verem o bebê, concluíram que ele não era o que eles esperavam e os deixaram em paz.

Com William

No entanto, havia sim algo de diferente e especial em William, o que fez com que Mulder e Scully se separassem por alguns meses, ficando incomunicáveis na tentativa de protegê-lo. Mas isso se tornou ineficiente, e mesmo com Jeff Spender afirmando que havia retirado as propriedades aliens do menino, Scully optou por colocá-lo para a adoção. O objetivo dela com isso, foi dar o benefício do anonimato a criança fazendo com que ele tivesse o direito a uma vida normal.


Cena final da série

Hoje em dia, Scully vive com Fox Mulder, não tem filhos e trabalha em um hospital como neurocirurgiã. O fato de não saber de seu filho ainda a consome, mas ela e Mulder de vez em quando fogem da escuridão para praias paradisíacas, onde eles podem usufruir o fato de terem um ao outro, apesar de todos os pesares.

Última imagem que temos de Scully e Mulder

E nisso se resume o meio século de vida de nossa agente mais querida, Dana Scully. Uma vida cheia de tribulações, altos e baixos que a fez crescer como pessoa/personagem e dentro de nossos corações, se tornando até mesmo um modelo de vida para muitos de nós. E muitos outros anos ainda virão pela frente, pois como previu nosso querido Clyde, nossa heroína não morre.




Scully em cada episódio

*Se alguma imagem aqui postada for sua e estiver sem fonte, deixe nos comentários um aviso para que ela seja retirada ou deixe a fonte. :)

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

05x14 - The Red and the Black (A Paciente X II)

Direção: Chris Carter
Roteiro: Chris Carter & Frank Spotnitz

Resumo: Scully sobrevive ao ataque na ponte, mas não tem memória alguma do ocorrido. Mulder concorda em ajudá-la a recuperá-las. Enquanto isso, a guerra entre as raças aliens continua e um dos membros do sindicato se apodera de uma vacina russa contra o vírus alien e a testa com sucesso.



Comentários:

[Starbuck] A intricada trama de XF não pode ser compreendida sem PACIENTE X... nela o CC e o Frank (que são os roteiristas) amarram de forma primorosa vários acontecimentos anteriores e vários outros que estão por vir, como o lance da vacina que será usada para salvar a Scully em FTF e a invasão de 2012...

Neste episódio, temos o Mulder de sobretudo, alto e lindo caminhando entre os corpos incinerados na ponte da abdução.





Todas as cenas nessa ponte são maravilhosas....

Depois tem a cena que mata 10 entre 10 shippers, que é o Mulder tirando uma mecha de cabelo do rosto da Scully.

Com direito a um super sorriso ao vê-la acordar.







Nesse episódio, também descobrimos que não há apenas um grupo de aliens querendo "voltar pra casa", outros grupos existem e uma verdadeira guerra nas estrelas está acontecendo....

E tem o diálogo surpreendente entre eles no hospital... no qual ela diz que o seguiu, mesmo sem acreditar na história da abdução da Samantha, mas fez isso cegamente, acreditando apenas na fé dele, nas memórias dele, na verdade que ele dizia que estava lá fora....

Mas a melhor cena dos dois episódios para mim é a regressão da Scully e seus "oh my god"....

Observem a cara de preocupado do Mulder.

E as mãos...
Perfo!!!






[/Starbuck]


[Ariana] Cança escrevendo "De seu pai, com AMOR?"

Que cara é essa do Skinner?

Ahhh... amo vê-lo ajeitando o cabelo dela, tão carinhoso...
Scully: "Que horas são?"

Mulder: "Que horas são? Hora de agradecer sua boa estrela." Vejam o brilho neste olhar...
Scully: "Qual a graça?" Tipo, "rindo do meu cabelo desgrenhado?
Mulder: "Não estou rindo de você. Só estou muito feliz de estar aqui falando com você."


Amo a conversa dos dois no quarto depois, ele dizendo que a verdade que tanto buscou, agora se encontra nela. Ela dizendo sobre tê-lo seguido e que não poderia continuar sem saber o que houve realmente consigo. Como isso mexe com ele, a possibilidade dela não segui-lo nesta jornada... e sabemos que ele não conseguiria sem ela, como ele mesmo viria a lhe dizer...

Na sessão, ele no lado oposto dela, no sofá (nadica de acordo, né narigudo?).

Mas que cara é esta da Scully???

Ahhhh... segurando a mãozinha...







Tadinha, quando sai do transe e o vê ali... com aquela cara...

Mulder foi muito estúpido com ela naquela reunião com o Skinner. Quando ele sai, deixando ela, no corredor, lá com a expressão mais solitária do mundo...

Mas as coisas voltam ao seu normal... Mulder acredita novamente e Scully não acredita outra vez! Ô povinho pra mudar de opinião!

Lindo no apartamento, sentadinhos no sofá... ahhh... se este sofá do Mulder falasse...

Esta cena que eu comentei anteriormente quando Mulder visita SCully no hospital e lhe diz que está muito feliz de estar falando com ela, com aquele brilho no olhar... Este momento sempre me faz lembrar de Spinoza, que dizia que "O amor é uma alegria que uma causa externa acompanha", o que é o mesmo que dizer "Há uma felicidade em mim, e a causa da minha felicidade é a idéia de que você existe..." Sempre me encantei com essa idéia de amor spinozista e receber uma declaração de amor dessas não é pra qualquer um! Tem uma profundidade e uma beleza maior do que dizer simplesmente "eu te amo", já que este traz em si o desejo de que o outro diga "eu também", característica de um amor que pede, exige. O amor spinozista, ao contrário, nada pede, apenas agradece, celebra a existência do outro. Ou simplesmente um olhar, um sorriso, uma carícia, um toque de mãos... Ele dizia que a gratidão é a felicidade de amar. Me lembro do David, na Wondercon, dizendo sobre sua atuação: "Eu apenas falo as palavras". Esta cena te desmente, narigudo. Este brilho no olhar... Alguém que consiga expressar tanto sentimento com tamanha intensidade, através de algo tão sutil como um olhar... Bem, isso diz muito, muito mesmo... Ou melhor, isso diz tudo, tudo mesmo... [/Ariana]

[Yayá] Simplesmente detesto ver o Mulder duvidando de tudo... detesto. Ele fica nesse impasse durante todo o tempo e a Scully sofrendo calada, pois, é claro, nunca vai abrir o bocão e dizer que algo está errado.

Ainda bem que no final ele toma uma sacolejada e retorna... affff...

Ressaltando um dos MELHORES embates, por assim dizer, entre Mulder e Scully, quando ela está no hospital... essa cena volto várias vezes para assistir e tentar sentir o que os dois estão presenciando naquele momento... amoooooo!!!!

E, é claro, uma das melhores cenas de todos os tempos...
À procura de sua rocha, de sua base, seu fundamento... ixiiii... amoooooo....

E isso.







[/Yayá]

[Josi] E começamos a segunda parte de A Paciente X.

O teaser é meio misterioso. Um homem enviando uma carta com pedidos de perdão para alguém dentro do FBI. Bom... sabemos que é o Cança. Booo Sim, ele não morreu... e está tão emocional como sempre, querendo retomar seu relacionamento com o filho... o outro filho. Sim... Cança is back. rs

Depois da abertura, finalmente vem a parte que estávamos todos morrendo para ver... o que aconteceu na ponte??? Como está Scully???

Daí fazem a maldade (uma que repetem em Millennium algumas temps depois) de colocarem uma vítima que num relance você pensa que é Scully. Isso faz com que Mulder e metade da audiência sofra um mini ataque do coração até que venha Skinner e a gente perceba que não, aquela não é a nossa ruiva. A forma como ele chega na ponte me lembra qdo ele foi reconhecer o "corpo" da Scully em Wetwired. Depois quando ele a encontra junto com os outros sobreviventes... a forma como ele a olha... perfeito!

Eles mostram o garoto lá da Rússia ali na sala de triagem dos feridos e eu pensei que ele tinha conseguido sobreviver mas depois alguém comenta que ele morreu na ponte.. poxa... tadinho.

Sério... Por quê?







Mas pobre da Marita... a agonia dela só começou... :/

Scully: "Que horas são?"
Mulder: "Hora de agradecer a sua estrela de boa sorte!"
Mulder tava tão estupidamente feliz em ver a parceira ali vivinha da silva... ownnn... ei, mas ele não tinha nem feito a barba. ownnn

Pausa para rirmos de Krycek. Ele pensa que todo mundo é otário. Adoro que o "unhas bem feitas" sabe da vacina.


Amo muito essa conversa de Mulder e Scully no hospital. E eles estão taaao lindos. Sério. Acho que é a cena mais bonita de toda a série... a conversa, eles, a iluminação... tudo perfeito.




E ele quer se rebelar. Que bom que alguém finalmente viu que não tem futuro essa associação deles com os Colonizadores.

E o médico pergunta "você está ok com isso?"... cara, não pergunte isso a Scully... não force rs






Como a Scully lembra daquilo tudo e ainda consegue racionalizar de forma a não acreditar, não é mesmo? Pior que a culpa é meio de Mulder. Dele e de Spender. Porque ela bem estava acreditando, daí eles vem com aquele papo chato de que ela aquelas lembranças não eram reais, mas algo que o subconsciente dela inventou depois de tanto ouvir Mulder falar aquelas coisas...

Depois da regressão, eles estão na sala de Skinner e Mulder se irrita porque não importa no que ele está acreditando no momento, as pessoas sempre estão do outro lado. "Coloque isso no seu relatório!", ele fala enquanto sai da sala. Tanto drama... oh, Mulder...

"Você está ficando fraco, se eu consigo te derrubar com apenas uma mão, agente Mulder"... Também vindo na surdina, qualquer um consegue, Krycek, seu rato. Fora que Mulder não é mesmo muito bom em combates corpo a corpo. rs




Acho que Krycek vir falar o que Mulder vem ouvindo de Deus e o mundo foi a gota d'água que faltava pra ruir o ceticismo de Mulder. Você não deixa uma crença de uma vida inteira assim tão completamente sem deixar uma esperança de que você esteja errado em não acreditar.

Admiro muito isso que Arquivo X tem de sempre reforçar as crenças de Mulder e de Scully fazendo com que ambos vejam os mesmos fatos, mas por formas diferentes. Essa forma é sempre o ponto chave para que se acredite em algo ou em outro. Até mesmo agora em que eles mudam de lado, tudo é feito de um jeito tão perfeito que você entende porque ambos se seguram nos lados que estão.

Mulder deixou de acreditar porque viu provas demais de que o governo tinha todos os instrumentos e motivações para inventar tudo aquilo de aliens e afins, ele ouviu uma história muito boa justamente quando ele estava mais frágil (doença da Scully). Scully se balançou para acreditar quando algo que ela não conseguia entender foi colocado em seu pescoço e salvou sua vida. Agora ambos estavam em um ponto em que as pessoas ao seu redor insistiam em que eles estavam errados em terem mudado de lado e precisavam de apenas um empurrão para voltarem a seus pontos originais. Scully recebeu o seu de Spender e Mulder de Krycek. No entanto, eu acho que Scully não voltou completamente para o seu ponto original. Quanto mais tempo ela passava nos Arquivos X, mais de suas convicções anteriores eram abaladas e menos cética ela ficava.

Bom... pelo que eu entendi, o caçador de recompensas veio buscar o rebelde para levar para os colonizadores, no entanto, uma força de resgate veio e salvou o rebelde, levou o caçador de bônus, mas por algum motivo não deu a mínima para Mulder? ok.

E a vacina funciona. Eu tenho uma dúvida do por que do vírus não sair de Marita para a dra... Só aquelas luvas bastavam ou era porque ele tava enfraquecido depois de algumas doses da vacina?

(Esses episódios são muito shippers.)






E Spender, obviamente, não quer saber do pai misterioso que ferrou com a vida da mãe dele.

Cança e suas formas tortas de ter sentimentos...







[/Josi]

[Cleide] É unanimidade a importância destes dois episódios mitológicos para a série e para os rumos que irá tomar a partir deste momento.

De entrada vemos um personagem misterioso morando nos confins do mundo numa cabana coberta de neve, este homem escreve uma carta endereçada a seu filho. Deixo os comentários sobre este mistério para o final, pois reflete a genialidade dos roteiristas da série.

Voltamos com Mulder novamente sendo levado a encarar uma possível morte de Scully (quantas vezes ele tomou este susto, por sinal?), e por que o primeiro corpo de vítima que ele vê é uma mulher ruiva? O destino (ou Chris Carter) gosta de castigar nosso herói. Encontrando-se com Skinner, Mulder é informado que Scully não estava carbonizada como outras vítimas mas eles a encontram inconsciente em choque sendo transferida para um hospital.

Mais tarde, o agente a visita já acordada e fora de perigo, e é interessante ver ambos perplexos com o fato de Scully não ter nenhuma sombra de lembrança do que aconteceu, e o que é mais estranho, ela sequer sabe como chegar no lugar onde aconteceu a chacina. Na segunda visita de Mulder à sua parceira, temos o melhor diálogo dos dois episódios, quando Scully revela ao parceiro, irritantemente cético, que ela abraçou a busca dele, por todos os 5 anos juntos, baseada nas lembranças que ele tinha, da abdução de sua irmã, e que ela sequer tinha lembranças, para crer ou descrer nelas, e sem saber o que houve, ela não conseguiria continuar. Eu adoro a intensidade dos diálogos de Arquivo X, nem sei se era previsto que os protagonistas teriam tanta alma, mas como eles conseguem colocar tanto sentimento e gravidade em uma simples conversa? Como pode Scully ser tão intensa e tão contida?

A cena da regressão de memória é muito interessante, surpreendente ver Scully - livre das amarras de seu senso crítico - maravilhando-se com a visão de uma gigantesca nave espacial, e todo desenrolar surreal de eventos a seguir... e o pavor que ela coloca  na voz dizendo repetidamente "OH MY GOD!!!" Mulder, como era de se esperar, não acredita nas lembranças da parceira; Scully, por sua vez, não sabe em que acreditar...

Faço uma pausa na trama dos agentes para pontuar uma coisa importante: Krycek volta aos EUA como colaborador do sindicado das sombras. O "homem das unhas bem feitas", esperto como era, sabia que o bandidinho não voltaria do submundo do submundo sem um trunfo, e este trunfo só poderia ser a conquista da preciosa vacina russa contra o vírus alienígena, o que eles já tentavam desenvolver nos EUA por décadas sem sucesso, dessa forma traz o safado de volta à ativa. Marita Covarrubias, infectada pelo óleo negro, se torna a cobaia da nova vacina, um ponto que mostra o quanto o sindicato é inescrupuloso para com qualquer um, mesmo para quem trabalhasse em parceria com eles.

É em "The Red and the Black" que começa a se delinear o objetivo da conspiração: preparar uma vacina para que os associados do sindicato e suas famílias pudessem resistir à invasão alienígena que estaria por vir, como diz Krycek no memorável diálogo na casa de Mulder: "resistir ou servir". Como ele mesmo diz, péssima hora para Mulder estar com a cabeça enfiada na terra feito um avestruz... a conspiração fervendo, uma vacina aparentemente eficaz - fraca, mas eficaz - As raças alienígenas guerreando entre si... e o agente simplesmente deixara de acreditar...

Outro cético na história é Spender - é muito chato diga-se de passagem - o vídeo de sua regressão mostra a Scully o motivo de seu trauma, abandonado pelo pai, a mãe enlouquecida e ele mesmo quando criança, totalmente envolvido nos delírios da mãe. Uma história plausível, que até subsidia bem o fato dele descrer na regressão de Scully pois acha que ela também foi alimentada pela loucura de Mulder. Uma pena que o não plausível é que viria a ser a história verdadeira...

Mulder e Scully mais uma vez vão invadir uma base militar - hoje em dia, anos depois de ter visto a série pela primeira vez, fico pensando como eles ficavam com a cabeça tão fria sendo pegos tantas vezes . Então Mulder pode ver com seus próprios olhos o alienígena sem rosto, e seu embate com o caçador de recompensas que vem o abater. Este evento causou o insight necessário para que Mulder retomasse sua busca? No momento não nos é revelado... nem a Scully.

Voltamos a Spender, desta vez na sala de Skinner sendo informado que ninguém sabia do paradeiro de sua mãe e que Mulder abriu um Arquivo X sobre o caso. O diretor assistente já estava tão mergulhado na conspiração que percebemos no seu semblante a desconfiança perante a constatação que alguém de fora do FBI olhava pelo jovem agente... desconfiaria de quem fosse?

Finalmente nos é revelado o mistério inicial: quem era o pai e quem era o filho? Spender recebe a carta que vimos ser escrita e endereçada no início, por um homem misterioso. Correspondência vinda de Quebec - Canadá. Como sabemos do trauma dele com o pai, a carta é devolvida, e finalmente se revela o personagem misterioso - que certamente todos nós no fundo sabíamos quem era - o Canceroso! Quem acreditaria que a raposa velha (com o perdão do trocadilho) tinha morrido tão fácil? Mas o fato dele ser pai do Spender, torna o agente novato mais que um chato, numa possível pedra no sapato num futuro bem próximo para Mulder e Scully. [/Cleide]

Quotes:

Scully: Não sei o que dizer. Não tenho a mínima idéia. Não reconheço nada.
Mulder: Nenhum dos sobreviventes nos deu uma descrição coerente.
Scully: Mulder, nunca estive aqui. Não sei como chegar lá, muito menos dirigir até lá.


Mulder: Lembra da última vez que viu Cassandra Spender?
Scully: Ela estava lá também?
Mulder: Fiz mais raios-X. Não mostrei os resultados a ninguém ainda.


Scully: Achou mais implantes?
Mulder: Explicaria como foram conduzidos ao local e porque não se lembram. Explicaria a sensação que Cassandra Spender descreveu e a montanha Skyland.
Scully: Mas aposto que não explica por que queriam me matar. E não explica por que sobrevivi.

Mulder: Tudo se resume a um fato, que ainda não foi honestamente abordado ou respondido. Quem fabricou o chip na sua nuca? Esse chip foi encontrado em uma instalação militar. Nosso governo fabricou o chip, implantou-o na sua nuca como parte de um projeto militar secreto para criar armas bioquímicas, a fim de monitorar a sua imunidade ou destruí-la como um rato de laboratório caso a verdade fosse exposta. Seu câncer, sua cura... tudo o que tem acontecido com você... tudo aponta para esse chip. A "verdade" que venho procurando? Essa verdade está dentro de você.

Scully: Quando conheci você há cinco anos, disse que sua irmã havia sido abduzida... por alienígenas. Que aquilo o marcou tão profundamente que nada mais importava. Não acreditei em você, mas eu te segui, baseada em sua fé de que a verdade estava lá fora. Baseada não em fatos, ou na ciência, mas nas suas memórias de que sua irmã tinha sido tirada de você. Suas memórias eram tudo o que tinha.

Mulder: Não confio mais nessas memórias.
Scully: Se confia nelas ou não, não importa. Elas o trouxeram até aqui. E a mim também. Mas não tenho memórias em que possa confiar ou desconfiar. E se me pedir para segui-lo novamente, para ficar ao seu lado no que acredita, sem saber o que houve comigo, sem essas memórias, eu não posso. Não vou.
Mulder: Se pudesse te dar essas memórias, se pudesse provar que o que acreditava estava errado...
Scully: É o que realmente quer?


Outras Imagens de The Red and the Black:


Juliane Moore. (Parece demais!)

Perdeu, maluco!

Scully buscando forças em Mulder para prosseguir... uma...

... duas vezes.

Sinto o mesmo, Mulder.

Mulder vendo o homem sem face.

Canceroso.