terça-feira, 29 de abril de 2014

05x17 - All Souls (O Serafim)

Direção: Allen Coulter
Roteiro: Billy Brown & Dan Angel

Resumo: Crianças são encontradas mortas de forma misteriosa e Scully tem que tomar uma difícil decisão baseada em sua fé.



Comentários:

[Nay] O Serafim está entre meus episódios queridos, embora, como diz a Yayá, eu tenha 202 episódios preferidos! Eu acho esse episódio lindo porque fala de fé de uma forma muito delicada...

Me encanta a história do serafim, suas 4 faces, bem como a ideia dos evangelhos apócrifos.

Me irrita um pouco os questionamentos de Mulder quando Scully traz o tema da religiosidade. Sempre achei interessante o fato de Mulder querer sempre que Scully mantivesse a mente aberta para os fenômenos paranormais, mas quando se tratava de religiosidade, ele simplesmente se fechava e sempre fazia piadinhas! Tudo bem, eu sei que sem piadinha não seria Mulder, mas ele poderia ser mais flexível, mas acho muito interessante o rico embate entre eles.

Gosto da angústia de Scully entre ciência e fé.

Também gosto quando Mulder diz pra ela "Por que não em ligou antes?" Ele não é fofo?! rs

Gosto quando focalizam na fragilidade da Scully que teima em se mostrar fortaleza sempre!!

Gosto dos episódios religiosos com simbologias... e gosto também da desconstrução da aparência evidente de bem e mal. Não sei se consigo explicar, mas às vezes, muitas vezes... rs... nos enganamos com as aparências e classificamos algo ou alguém como bom ou ruim apenas por sua "casca". Quem tem olhos, veja... já diz ensaio sobre a cegueira... [/Nay]

[Starbuck] Gosto muito desses episódios sobre a fé religiosa da Scully. Interessante ela acreditar em Deus e em alguns preceitos da igreja católica sem nenhum questionamento ou fato... Mas, ao mesmo tempo, a gente percebe que isso apenas reflete sua criação, e que, na verdade, a Scully adulta também tem sua fé abalada e por pouco não faz uma cópia do poster do Mulder - o "I want to believe"... porque há uma grande diferença entre acreditar e querer acreditar.

Em Revelações ela tem medo de que Deus esteja falando e ninguém esteja ouvindo, já em Serafim ela pensa ter ouvido a voz de Deus, mas ouvir tal voz provocou a morte da última das quatro meninas, o que também a fez criar uma relação com a perda da Emily... E, ao final, ela fala no confessionário para o padre que aceitar a perda e acreditar que há algo depois dessa vida... talvez seja o que chamamos de Fé...

Esse episódio também vimos uma Scully com roupa de ir à Missa.... toda de vestidinho.






[/Starbuck]

Tem uma coisa nesse episódio que me incomoda: a Emily chamar a Scully da "mamãe" e vice e versa... Não consigo ver a emily como filha dela, e eu não senti que havia esse vinculo entre elas. Acho que a Emily chamar a scully de mãe foi mesmo coisa da cabeça dela, um delírio devido à vontade dela de ser mãe... [Tessa]


[Josi] Esse episódio é bem forte. Logo de cara, o teaser nos mostra isso ao nos apresentar uma garota com deficiência sendo morta por algo que aparentemente lhe queima o corpo por dentro.

Nota: a forma como a menina é morta me faz lembrar da forma como anjos matam pessoas em Supernatural...

No entanto, as mortes não são apenas o que me faz chamar esse episódio de forte. Ele o é assim, ao menos para mim, pela forma como ele afeta a Scully. Não apenas tocam no assunto da religião dela que é sempre algo que a abala profundamente, mas ela é ainda assombrada pela forma como o caso a lembra de Emily, a garotinha que foi criada com o material genético da Scully e ela considerava como filha e morreu por causa das experiências que faziam nela.

Uma das primeiras cenas mostra Scully indo se confessar. Eu acho que ali ela tinha mais dúvidas do que realmente culpa. Mesmo porque, esse conceito de que algumas pessoas tem mesmo que morrer, é muito perigoso. E isso não é certamente algo que nenhum ser humano tem que decidir...



"Pe McCue achou que ao ajudar essas pessoas (que perderam suas filhas), você aceitaria a sua própria perda". É aquela velha história de que saber que não estamos sozinhos na dor nos conforta.

"Ela falava do marido dela, mas poderia estar falando de mim". Quanto ao fato de que ele nao entendia como deus deixava que algo assim acontecesse com uma garotinha inocente. Interessante lembrar que Scully tem essas mesmas dúvidas ainda em IWTB. Ela fala mais ou menos isso para Mulder naquela conversa na cama...

"A ciência nos diz como, mas não por que". Exatamente.

Mas Mulder deixa de fazer imediatamente algo importante que Scully pediu porque ele tinha que ir num filme pornográfico. Esses cinemas devem ser horrendos, vamos combinar. Oh Mulder... você realmente devia estar querendo ver... esse.. filme. kkkkkkkk Mas ele deve amar a internet de hoje em dia, não é? Tem toda pornografia que ele possa querer ver. :P


Engraçado Mulder dizer que Scully tava cheia de segredinhos quando ela tinha falado que queria antes ver os documentos de adoção antes de envolvê-lo.

"Está de cabeça pra baixo" - Mulder falando da cruz e estabelecendo mais uma coisa em comum com os Winchesters... falar o óbvio. rs

"Sei que você realmente não quer minha ajuda nisso, Scully..." - Por que será não é mesmo? Basta ver a postura dele enquanto estava ali no quarto... todo sarcástico... enfim... eu também não chamaria.

No entanto... "Eu trouxe o ag Mulder para o caso para ajudar a equilibrar meus sentimentos, para manter minha lucidez". É isso o que eles fazem um para o outro, não é? Eles não são mais do mesmo, não apenas apoiam... eles desafiam e, ao mesmo tempo, confortam um ao outro.

Eu morro quando ela vê Emily... Ela fica tão abalada, tadinha... :/

Mas isso não me faz esquecer que ela não deveria por a mão na boca... kkkkk






Scully: "Você vai me achar louca, mas eu vi o que pareciam ser asas..."
Mulder: "Talvez ela tenha voado pra cá" - kkkk Calado, Mulder!

Mulder quando Scully confessa que viu Emily: "Você está perdendo a perspectiva por questões pessoais" - Olha quem fala...

É maravilhosa a forma como eles se conectam e se apoiam independente do que está acontecendo ao redor...

Quando é algo de cunho religioso, Scully vê tudo o que precisa ser visto, não é? Apesar de que em outros casos, ela muitas vezes também é bem sensitiva, apenas luta bravamente para encontrar mil desculpas e não acreditar em nada.



O final é muito tocante... com Scully cedendo ao que ela acha correto... aos seus instintos e a sua fé, e deixando que a menina seguisse seu destino... apesar dela ficar corroída pelas dúvidas depois. [/Josi]

[Cleide] All Souls é um dos meus episódios favoritos de Arquivo X, assisti várias vezes. Na época que a série passou na TV aberta, e vivíamos aquela peleja que muitos contemporâneos conhecem bem: gravar em vhs para poder assistir de novo e de novo, uma de minhas primas, também fã (que dependia das minhas gravações para assistir) me fez ver este episódio várias vezes.

Não sei explicar o que gosto tanto neste episódio, se é o tema religioso tratando uma história da igreja como acontecimento real ou se é o fato de ser centrado na Scully e isto fazer com que o episódio tenha um teor dramático mais profundo devido aos últimos acontecimentos envolvendo a personagem, ou se é por que em All Souls, o céptico é Mulder, e quando Mulder não acredita, ele é páreo muito mais duro que Scully.

Vemos no teaser do episódio, um acontecimento no mínimo curioso, uma jovem totalmente dependente, sai caminhando pela rua durante uma tempestade e é encontrada completamente fulminada, o único traço que a morte estranha deixa no seu corpo são os olhos totalmente carbonizados. O que leva a explicação mais óbvia: foi carbonizada por um relâmpago. Mas como o óbvio não tem vez em Arquivo X, sabemos logo que havia mais por vir...

O ponto de partida da narrativa, é a confissão de Scully ao padre, nos colocando para ver a história pelos olhos dela. De cara percebemos que ela está muito perturbada com a história e até se sente responsável por algum acontecimento, o que é curioso considerando que já havíamos assistido como as coisas acontecem, como ela podia ter alguma responsabilidade naquilo?

Pausa para o modelito de missa da Scully. 
Bem tradicional, mas eu gostei, falando nisto, reparem na formalidade do pessoal para ir à missa de domingo... Nem sempre temos pistas das vidas pessoais de nossos queridos protagonistas, mas ficamos sabendo que depois de toda jornada traumática através de sua doença, Scully reencontrara sua fé, e voltara a frequentar a igreja. E é o padre seu amigo e amigo de sua família que coloca (sem saber) este Arquivo X nas suas mãos.

Curiosamente, desde o início Scully fica mais abalada que o seu normal com a morte da moça, e muito inabitualmente começa a ter visões e intuições sobre o assunto. Talvez o abalo se devesse ao trauma não superado de ter encontrado e perdido Emily, ou talvez sua ligação com o caso foi por ter sido escolhida por forças superiores para uma missão, eu gosto de acreditar na segunda opção.

O caso fica mais estranho quando uma outra moça idêntica com os mesmos problemas da primeira vítima morre nas mesmas condições inexplicáveis. E neste ponto Mulder também se envolve no caso, à pedido da parceira. Preocupado com o envolvimento da companheira, e talvez pressentindo-lhe a fragilidade - tão bom como ele era com perfis psicológicos -  Mulder faz o contraponto que Scully costuma fazer na maioria dos casos, se mostrando rígido e incrédulo como não costumamos vê-lo.

Na investigação da segunda morte, surge a figura estranha do padre que queria adotar a moça, e o misterioso assistente social que pretendia impedi-lo nesta empreitada. Tendemos a embarcar na desconfiança de Mulder e achar que ele realmente era mal intencionado, mas ao mesmo tempo sabemos, que em Arquivo X, nada é "preto-e-branco" haviam nuances que não conhecíamos.

A cena da segunda autópsia nos mostra que havia algo muito mais grave acontecendo, quando Scully recebe uma mensagem através de Emily. Quem tende a acreditar mais no sobrenatural começa a perceber que a agente pode ser um instrumento para algum objetivo que naquele momento ainda era nebuloso.

O desenrolar do caso vai colocando uma Scully cada vez mais crédula e obstinada em parceria com um Mulder incrédulo e cínico. Para ele, os crimes não tinham nada a ver com sobrenatural, mas com fanatismo religioso, o que o leva a investigar os motivos e a vida do padre que pedira a guarda das meninas. Ao encontrar mais uma menina idêntica e uma cena de morte semelhante: genuflexa com olhos queimados, Mulder leva o padre em custódia. Mas nós pudemos ver "o rosto" de quem as levava desta vez e, estranhamente, não nos parece uma cena de assassinato e sim de arrebatamento.

Nos é dado a perceber que a dureza de Mulder perante o caso era apenas um disfarce pela profunda preocupação dele com a parceira. Ambos sofreram demasiadamente no ano anterior com a doença terminal que a acometera e Mulder também ergueu suas defesas.



A situação chega num ponto extremo, quando os agentes passam a ter que correr contra o tempo, ao saber que eram quatro moças e só restava uma delas viva. Entretanto, nosso "suspeito principal" é assassinado "debaixo dos narizes" dos agentes e da polícia, dentro da delegacia, por, ehrrr, digamos, um "agente do mal".

Como se o caso não tivesse promovido acontecimentos sobrenaturais com Scully para uma vida toda, quando ela vai pegar o seu carro no estacionamento da delegacia de noite, eis que lhe aparece um ser iluminado, que troca de rostos, um de homem, um de águia, um de boi e outros animais (que não decorei)... me lembro de ter ficado apavorada a primeira vez que assisti este episódio, ao vê-la conversando com Mulder no celular distraída... aí aparece aquele homem todo iluminado (pensei, "ixi, vai arrebatar a Scully também") e aí, adivinhem... comercial!!!!

Scully não foi arrebatada desta vez, mas a aparição a leva a conversar com o padre McCue que conta a história do Serafim e seus quatro filhos perdidos na Terra. Então a história começa a fazer sentido: salvar as meninas era deixá-las serem arrebatadas sem que o espírito do mal (personificado no assistente social) as tocasse. Esta revelação traz um grande dilema à Scully, o coração e a fé acreditam que isto é o certo, mas a razão de agente especial não poderia deixar uma mocinha simplesmente morrer sem fazer nada...

A sequencia final é genial, arrepiante e com uma belíssima carga emocional. Encontrando o paradeiro da última menina, Scully vai com o assistente social (ouxe!) salvá-la - ou seja, decide seguir a razão. O ser do mal não pode entrar na igreja, e precisava da Scully como seu instrumento para levá-la para fora... ela vê a sua real silhueta na sombra, e então percebe todo sentido do que acontecia, torna-se crucial o momento de decidir de que lado estava. Então, uma luz resplandece aparece, e ainda indecisa entre a razão e a emoção, Scully vai se deixando tomar pelo sentimento que a aparição luminosa lhe inspirava... e como a última confirmação, utilizam-se de Emily de novo, para pedir à agente que libertasse a última menina para sua natureza espiritual de uma vez por todas...

Como toda pessoa extremamente responsável perante seus deveres, o fato de ter seguido a fé e o coração deixam Scully desolada perante sua impotência neste caso misterioso. E o significado do que realmente aconteceu é deixado para que nós mesmos tiremos as conclusões. Mais uma vez Arquivo X nos mostra que a resposta nem sempre é a mais óbvia, que há muitos mistérios desconhecidos, e as vezes o que achamos que é o certo, nem sempre é a melhor resposta para uma situação... [/Cleide]

Quotes:

Padre: Acreditou que estava libertando sua alma para o céu?
Scully: Eu tinha certeza.
Padre: Mas não consegue acomodar essa crença com o fato de sua morte?
Scully: Não. Pensei que poderia, padre, mas não posso.
Padre: Acredita que há vida depois desta?

Scully: Sim.
Padre: Tem certeza? Já lhe ocorreu que isto também talvez seja parte do que deveria compreender?
Scully: Quer dizer aceitar a minha perda?
Padre: Pode aceitá-la?
Scully: Talvez a fé seja isso.




Outras Imagens de All Souls:

Scully no confessionário.

Mulder sendo chato e sarcástico.

DD e suas caretinhas... kkkkk

Sendo fofo...

"Me deixe ir, Mamãe"

"Acho que fé é isso..."

5 comentários:

danimm13 disse...

O post ficou lindo. Parabéns!! Mas gente, não gosto muito desse episódio, sei lá, acho ele tão pesado. Mulder cético é mesmo muito chatinho, a sorte dele é que ele é um fofo, kkkk.

Anônimo disse...

Eu AMO esse episodio,amo o fato da Scully seguir sua intuiçao apesar do desdem de Mulder e gente... ele tava muito gato nesse episodio!

Elaine

Josilene disse...

Ufa! Pelo menos esse ep parece que tem gente que gosta! kkkkk Estou deprimida pq todos aparentemente tem pé atrás com a maioria dos eps dessa temp rs

Beijos e continuem comentando!

Unknown disse...

Fiquei o episódio​ todo desconfiando do padre hahaha

Me marcou a cena do serafim para a Scully... E estranhei ele parecer o Stark(demônio assistente social).


Queria ver a cara do Mouder quando souber que o assistente que era o demônio.

Unknown disse...

Fiquei o episódio​ todo desconfiando do padre hahaha

Me marcou a cena do serafim para a Scully... E estranhei ele parecer o Stark(demônio assistente social).


Queria ver a cara do Mouder quando souber que o assistente que era o demônio.