Cinco anos juntos. E depois daquele aperto de mãos num porão escondido do FBI muitas coisas aconteceram. Mulder e Scully não eram nem de longe aqueles dois jovens do começo. A vida antes nunca tinha sido muito fácil, mas tudo o que eles passaram ao longo destes últimos anos deixaram terríveis cicatrizes e algumas feridas ainda abertas. A diferença é que, naquele momento, eles não tinham que lidar com isso tudo sozinhos. Mesmo quando eles não conseguiam compartilhar tudo um com o outro, ao menos eles sabiam que não estavam sozinhos.
Foi isso o que fez com que Mulder cogitasse tirar sua própria vida quando ele pensou que poderia ter sido a causa da morte de sua parceira. Foi isso o que fez com que Scully esquecesse de sua reputação pessoal e profissional e mentisse descaradamente para o FBI. Foi isso o que fez com que os dois se esquecessem de seus próprios objetivos para salvar o outro.
E assim começamos a quinta temporada mortos de medo, perdidos, sem nenhuma ideia de como seriam resolvidos todos os imensos problemas em que estavam metidos nossos queridos protagonistas, mas fervorosos de que o que quer que fosse que os unisse fosse mais forte. No meio do caminho, Mulder e Scully encontraram muitos obstáculos... ele enfrentou a desesperança, descrença, viu toda a sua fé ruir e por fim confrontou-se com a possibilidade de perder a si mesmo, ela se viu diante da realidade cada vez mais palpável da morte e teve que balancear sua fé na ciência, em Deus e em algo que ela até então negou com todas as suas forças. Por fim, uma solução foi encontrada, solução esta que os jogou dentro de outro redemoinho, que os levou a questionar ainda mais tudo o que acreditavam até então.
Como isso se reflete no relacionamento deles? O que parece é que eles resolvem se distanciar um pouco um do outro. Tudo bem que Scully até tenta um pouco de flerte aqui e ali, Mulder continua com suas piadinhas bobas e eles estão obviamente muito felizes em terem um ao outro. No entanto, no que realmente importa, eles resistem em buscarem um ao outro como primeira alternativa.
Ao se ver diante do drama de ter sua irmã morta a direcionando para uma garotinha em perigo, Scully, apesar de até pensar em chamar o parceiro, optou por seguir a investigação sozinha até que ela se viu diante de um esquema muito maior do que ela mesma e sua família. Só então ela cedeu em pedir a ajuda de Mulder. E ele fez o que ela estava provavelmente evitando: a questiona. Isso é algo que Scully não poderia enfrentar naquele instante porque todos aqueles sentimentos ainda eram muito novos para ela. Ela havia acabado de ganhar sua vida de volta e isso a fez rever suas prioridades e seu estilo de vida, mas ela certamente não estava totalmente pronta para pensar e enfrentar todas as consequências que viriam na mudança de algumas dessas decisões.
Mulder, por sua vez, não se mostrou mais aberto. Ele chegou a falar de como e porquê não acreditava mais em nada do que defendia tão apaixonadamente antes, mas ele o fazia de forma agressiva, construía barreiras e mais barreiras ao seu redor e negava com violência qualquer evidência de que ele poderia estar errado naquele momento e não antes. Ou seja, ele passou a negar com a mesma paixão que acreditava!
Mas tudo isso mudou em A Paciente X I e II, que são episódios belíssimos que se aprofundam na caracterização de Mulder e Scully, os confronta, os desafia e desdobra seus mundos para que nós telespectadores possamos entender o que os move, como a mente deles funciona e o porquê de suas ações. É sempre curioso ver como os mesmos fatos vistos de ângulos diferentes fazem com que cada um reforce as suas próprias crenças. Neste caso em particular, os eventos fazem com que Scully volte ao seu estado habitual de negação e Mulder volte a acreditar que não estamos sozinhos.
Ao final, The End nos traz a tão odiada e, por que não dizer, incompreendida Diana Fowley. Antiga namorada e companheira nos Arquivos X de Mulder, logo de cara ela já se mostra mais do que disposta a voltar a ocupar exatamente o mesmo lugar na vida dele. E, coincidência ou não, ela aparece justamente num dos momentos mais cruciais da história de Arquivo X, que acabou por ser mais uma armadilha para Mulder e Scully. Será que Diana foi apenas uma distração a mais?
Apesar de todos os perrengues, esta ainda foi uma temporada cheia de momentos fofos.
Mulder beijando mãos e rosto de Scully sempre que podia em Redux II.
Scully flertando com drinks e queijos no hotel e depois cantando para Mulder em Detour.
O olhar de Mulder no final de Emily.
A épica dança em PMP.
O olhar de alívio de Scully quando ela o encontra em Kill Switch.
Enfim, todos os olhares, toques de mãos e pequenos gestos que fazem de Mulder e Scully o ship precursor de todos os ships.
E, para próxima temporada, será que Diana, a falta dos Arquivos X e tudo o que acontece em FTF serão as fagulhas que faltavam para fazê-los desistirem de resistir ao que sentem? É esperar pra ver!
2 comentários:
Belos comentários!
Estou louca para assistir a quinta temporada com mais atenção, agora que tenho os dvds.
Nunca deixo de me dedicar a essa série.
Quando assistir, venha compartilhar suas impressões com a gente, Paula! :D
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