sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

The X-Files Revival Countdown - 5ª Temporada/FTF

Abaixo temos os reviews que fizemos na nossa página facebook para a contagem regressiva para a 10ª temporada de Arquivo X referentes à 5ª temporada e ao filme Arquivo X - O Filme (Fight the Future).

[Josi] Depois de um dos piores hiatus de toda a série, voltamos para descobrir que na verdade Mulder apenas pediu para que Scully o ajudasse a fingir que estava morto para que ele pudesse investigar mais a fundo sua doença e a conspiração que a criou. Eles estavam certos de que alguém dentro do FBI estava trabalhando contra eles.


Assim que combinam sua mentira - "uma mentira para encontrar a verdade", - eles seguem caminhos separados. Mulder entra no Departamento de Defesa usando as credenciais do homem que ele matou no dia anterior e Scully segue para o laboratório para obter provas da ligação de sua doença com a quimera produzida para os enganar.

Boa parte do episódio é narrado ora por Mulder, ora por Scully e eles vão nos descrevendo suas esperanças, seus medos e suas próprias ideias do que pode ser a conspiração contra a qual eles lutam.

Interessante que até esse ponto da série, Scully nunca confiou realmente em Skinner... ele estava pronto a se corromper por ela, mas ela, ignorante quanto a isso, o colocava no mesmo patamar de todos as outras pessoas que não eram Mulder nem sua mãe.

Este episódio, apesar de ser quase que totalmente narrado e recordar parte da história americana a relacionando com eventos ufológicos, estranhamente não é cansativo. Ele nos contextualiza quando à mitologia da série (sempre necessário) e nos dá a ideia correta com relação aos sentimentos dos personagens principais.

E o sentimento de Mulder é um só. O mesmo que o segurou e não o deixou usar sua arma contra si mesmo. Ele queria uma cura para a doença de sua parceira... a qualquer custo. Eu, particularmente, nunca me canso de ouvir aquele diálogo entre Mulder e Kritschgau, onde ele responde sem titubear que o que ele mais quer na vida é ver sua parceira saudável.

Um ponto que eu não tinha percebido em outras vezes que eu assisti Redux foi a ligação de Canceroso com Mulder e a forma como ele parecia triste com a morte de seu filho. E depois a satisfação com que ele fala que não o subestimava. rs

Bom, creio que sua alegria em saber que Mulder estava vivo e que era capaz de uma mentira daquele tamanho para vasculhar dentro do DF e o Pentágono por algo que curasse Scully, ele também poderia virar-se para o seu lado e, assim, ele o deixa sair sem mais problemas.

Enquanto isso, Scully consegue a prova que precisava e ainda descobre, com a ajuda de Holly (fofa), que a pessoa que os traía era do mesmo andar que Skinner. O que a leva a ter certeza de que ele é o traidor. E é com esse pensamento que ela vai a sua audiência no FBI. Aliás, quem não se emociona com seu testemunho? Mesmo sabendo que uma parte do que ela fala é mentira, ainda nos dói além de ouvi-la falar que o trabalho de Mulder era uma mentira e que ele era uma vítima, ver o quanto ela está abalada... e por mim, vê-la cair sucumbindo ao câncer.

E Mulder (com muita sorte e perspicácia) consegue realmente retirar do DF algo que ele espera que seja o que ele buscava... No entanto, quando os Pistoleiros analisam o líquido do recipiente, descobrem que aquilo não passava de água desionizada... ou seja, basicamente... nada. [/Josi]
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[Cleide] Finalmente chegamos ao final desta trilogia dramática que se iniciou no final da quarta temporada e prolongou-se ao início da quinta. 

Mulder cometeu assassinato em seu desespero para saber a verdade, no caso, saber o que fizeram à Scully e salvá-la era sua prioridade máxima. Ao ver sua tentativa e risco terminarem na frustração de não ter encontrado nada, resta-lhe reaparecer entre os vivos para pelo menos ver sua parceira no hospital. Ele ainda não sabia da metástase, então, a cena em que Skinner furioso diz a ele que Scully está morrendo, enquanto ele a vê de longe pela vidraça da UTI, é de nos tirar o chão...

Entretanto, nem todas esperanças estavam perdidas, pois na esperança de leva-lo para "o lado negro da força", no melhor estilo Dart Vader, Cancerman aparece explicando que não era o líquido o antídoto para Scully, e sim o que estava dentro do líquido, então, Mulder e os Pistoleiros Solitários descobrem para surpresa de todos, que havia um chip naquele invólucro.

Todos os diálogos e cenas de Mulder e Scully são extremamente emocionantes neste episódio, eu confesso que me faz chorar o fato de Scully pedir para ser incriminada no lugar dele, para que pelo menos o que lhe aconteceu tivesse algum sentido. Mulder nunca conseguiria incriminar alguém, quem dirá ela que certamente era uma das pessoas que ele mais estimava na vida.

O canceroso continua na sua investida para que Mulder largasse o FBI e passasse a trabalhar para ele, então conhecemos outro clone de Samantha. Nem sei explicar como elas me irritam, está na programação genética delas atuar e manipular Mulder. Mas como ele mesmo diz, seu inimigo não lhe deu nada, uma suposta cura para Scully, será? Sua suposta irmã - que ele só mostrou e levou embora... cada vez mais vamos percebendo que Mulder está aprendendo as regras do jogo.

De qualquer forma, tudo se reconfigura ao final de Redux II: Mulder estava com a cabeça à prêmio, mas com sua intuição incrível e sua percepção das entrelinhas, acaba descobrindo que Blevins era o homem no FBI que conspirou contra eles e conseguiu denunciá-lo. O câncer de Scully milagrosamente entra em remissão, e Cancerman está supostamente morto, encontrando-se na cena do crime apenas uma foto de Fox e Samantha... (isso ainda dará pano pra manga!)

E partimos para quinta temporada, com a série no auge, promessa de um longa metragem ao fim da temporada, e consequências do arco da doença de Scully que vão se ecoar durante toda a história dos dois daqui pra frente... [/Cleide]
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[Fê Monteiro] Tudo começou com Susanne Modeski – essa é a frase que encerra o episódio e que na verdade resume bem toda a história.

Afinal, você tem que amar a Susanne! É ela quem reúne os Pistoleiros pela primeira vez e os torna quem são. É por causa dela também que Mulder os conhece. Ou seja, ela é o cara!

Esse episódio fantástico nos leva para 1989, durante uma Feira de Computação Eletrônica em Baltimore. Lá encontramos um Byers funcionário - absolutamente caxias - do Governo, todo certinho. Daí entendemos o contraste perceptível dele na forma de agir e se vestir quando comparado aos outros pistoleiros. Langly e Frohike, cada um em seu estande na feira, são rivais, com suas tecnologias discutíveis de acesso a canais a cabo. Ambos são hackers e nerds já, mas ainda não possuem em si toda aquela desconfiança contra o próprio governo, não tão profunda ao menos. 

Surge então Modeski, com sua história de mãe desesperada em busca da filha raptada pelo pai psicopata, que segundo ela aponta, é o Mulder, coitado. Byers, apaixonado pela loira, acredita de cara e procura ajudá-la. Acaba invadindo o sistema de defesa do governo (o que o amor não faz) e chega a um documento criptografado e para decodificá-lo, vai em busca dos nerds briguentos. Porém, para o azar de Modeski, Frohike é metido a machão e decide ir bater de frente com o tal Mulder, o pai psicopata. Claro que após uma breve conversa eles começam a achar no mínimo estranho que aquele cara seja esse monstro, meio maluquinho, talvez até spooky, mas não psicopata, ainda mais sendo agente do FBI. 

Com uma rápida invasão ao sistema do Governo, puxam facilmente a ficha do agente e confirmam que não há psicose, nem filha e sim uma alta recomendação inclusive (tempos idos) e que ele trabalha na área de Crimes Violentos. Quanto à Susanne, pelo contrário, descobrem ser procurada, armada, perigosa e assassina! Bem nessa hora ela entra e os três quase se borram de medo. Então a verdade vem à tona: Ela mentiu realmente para eles sobre sua história, porém explica que não é assassina. Ela é química e ajudou o Governo a desenvolver um tal gás EH que causa paranóia extrema com o intuito de controle sobre as pessoas, o qual eles pretendem testa na população, lá em Baltimore mesmo. Tudo o que ela quer é divulgar a trama e levar a verdade à tona.

Nossos garotos não botam uma fé logo de cara (quem diria, eles eram céticos com seu Governo, bonitinhos), mas Susanne consegue provar tudo a eles. Eles vão até o suposto gás e descobrem que ele será distribuído dentro de bombinhas para asma. Mulder surge para prender Modeski, porém surgem também outros caras para os quais ele pede identificação. Pronto! Está armada a confusão. Susanne dá no pé. E é tiroteio, é gás sendo liberado pra todo lado, é Mulder drogado tirando a roupa (ui) e gritando “Eles estão aqui!”, é o X surgindo com sua equipe de limpeza para dar conta da bagunça, enfim, uma diversão! 

Os três pro meio sem entender nada e Byers querendo explicações (além de ingênuo e ético ele era valente, own...mas um pouquinho sem noção...rs). X dá um susto básico neles, e se vai, mas não sem antes responder ironicamente para Byers, sobre suas insistentes acusações de conspirações do governo, como a morte de John Kennedy, que para seu conhecimento essas mortes são apenas obra de algum “Pistoleiro Solitário”. Taí! X é o padrinho do trio gente! É muito amor! 

A polícia chega, como vemos no início do episódio e prende os três para interrogar. Claro que ninguém acredita. No fim, Mulder os liberta da prisão (depois de se recuperar das drogas e se livrar da camisa de força) e os procura para tentar entender o que realmente ocorreu. Eles dividem com o agente a sementinha da paranoia plantada por Susanne. É o início de uma bela (e spooky) amizade!

Nota: Scully não aparece nesse epi, afinal ela não havia entrado na vida do Mulder ainda. Mas é legal lembrar que há uma espécie de continuação para esse caso na 7ª temporada, trazendo Modeski de volta, e é a vez de apenas Scully se juntar ao trio e Mulder ficar de fora. É também a vez de Scully ser drogada e ficar maluquinha. Imagina esses dois drogados e maluquinhos juntos? Não ia prestar! [Fê Monteiro]
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[Josi] Detour marca a volta de Scully, saudável, a ativa. Infelizmente para Mulder, isso significa uma viagem tediosa para um seminário do FBI ainda mais tedioso.

"Geralmente nessa época do ano eu desenvolvo um severo caso de hemorroidas"... Acho que esse ano ele esqueceu de arrumar essa desculpa a tempo. rs

No entanto, no meio do caminho, eles são obrigados a parar num bloqueio policial e Mulder se envolve nem um pouco a contragosto com a investigação e depois leva Scully consigo, rejeitando uma noite regada a queijo e vinho (honestamente, Mulder... aff).

A coisa que eles investigavam conseguiu fazer desaparecer dois homens adultos e depois um homem armado... mesmo assim, alguém achou que apenas dois agentes do FBI inexperientes em exploração de florestas e uma guarda florestal seria o suficiente para a busca. Ok... havia aquele menino também... com a maquininha que só atrapalhou. Pobre rapaz... depois que Michelle foi atacada apenas ele falava coisas coerentes e ele que acabou não sendo encontrado no final. Tadinho. rs

Enfim, com Jeff e Michelle desaparecidos, Mulder e Scully ficam sozinhos para enfrentar o que quer que os estivesse ameaçando. Mulder descobre logo o que estava acontecendo e conta como seres humanos de centenas de anos atrás teriam descoberto uma fórmula da juventude eterna e teriam se adaptado com o tempo a vida na floresta de uma forma interessante: eles se camuflam mais rápido do que camaleões. O motivo de estarem atacando quem quer que entrasse na floresta? Eles querem preservar o seu habitat. Mais uma vez Arquivo X explora os perigos da exploração sem limites das matas.

Mulder e Scully sozinhos sem outra coisa a fazer a não ser esperar para serem resgatados sempre gera cenas fofas. Toda a cena deles ali encostados naquele toco é icônica. Desde Mulder provocando Scully que tentava acender uma pequena fogueira, passando pela menção a Betty e Welma até terminar com "Jeremiah was a bullfrog"...

Com muitos golpes de sorte, Mulder e Scully são poupados, encontram os desaparecidos (com exceção de Jeff... acho que os Homens-mariposa vão treiná-lo pra se tornar um deles. Só porque ele tava falando mal demais da floresta rs) e são resgatados por uma equipe de busca (desta vez uma realmente grande).

Já fora da floresta,ao conversar com o agente Kinsley, Mulder lembra que os homens-mariposa vão atrás de quem quer que entre em seu habitat... e corre em busca de Scully para garantir que ela esteja a salvo (é bonitinho o cuidado dele... ownn). Quando eles saem do quarto, somos deixados com a imagem daqueles olhos vermelhos brilhando na escuridão. Dormir depois disso é um desafio.

À propósito, "detour" significa "desvio". Segundo o dicionário, "uma rota longa que se pega para evitar ou visitar algo pelo caminho". [/Josi]
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[Cleide] Gente, taí um episódio em que a arte tem mais peso que a história. O roteiro é bacana, sim! Muito criativo, com reviravoltas interessantes e tudo mais, mas o que me pega é a fotografia perfeita!

A primeira vez que assisti PMP fiquei esperando que a cor voltasse em dado momento, e que fosse, sei lá, um episódio em flashback. Hoje em dia eu não me canso da beleza das imagens em preto e branco. Scully e Mulder parecem pintados à mão de tão lindos neste episódio (no final até viram mesmo um desenho)! O céu nublado parece ter saído de um quadro, e algumas cenas tem a imagem tão linda, que a gente nem presta muita atenção no diálogo, observem por exemplo uma cena em que os agentes conversam na porta de uma das casas da cidadezinha, e há algumas pessoas varrendo as folhas caídas das árvores no quintal, em HD é tão lindo, que ouso achar que Chris Carter só fez aquela cena de diálogo externa para usar aquelas imagens.

A trilha sonora do episódio é muito boa, e a música de fundo, dá a todo tempo uma impressão de filme antigo. Mas no final das contas o caso é bem sério, mais um episódio com abuso de mulheres, que "são engravidadas" sem consentimento. A gente até se solidariza com toda história de fazerem uma consorte para o "monstro", como no Frankenstein, mas mesmo assim não se justifica.

Eu não resisto a uma risada quando Mulder e Scully acordam grogues na casa do médico louco... todas cenas em que eles são drogados por algum motivo são muito divertidas, Mulder sempre fala o que não deve, meio alterado então...

E o final, é um dos mais lindos da série... é tão lindo que a gente fica pensando se aconteceu mesmo, ou se foi algo da ordem dos sonhos e devaneios...

Ah, Cher não quis participar do episódio - ela foi convidada - depois, ao ver o que a série se tornou a cantora relatou ter se arrependido de não participar. [/Cleide]
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[Fê Monteiro] Este é um daqueles episódios tristes e melancólicos de Natal, e duplo ainda por cima! Creio que seja o episódio duplo mais triste de toda a série.

Melissa liga do além para Scully, que acaba de chegar para passar um super agradável Natal na casa de seu irmão mala e sua super grávida cunhada. O telefonema a leva uma linda e doente garotinha chamada Emily, cuja mãe acabou de se suicidar. - ah, o espírito de natal!

Claro que a nossa baixinha se mete nas investigações até o pescoço, ainda mais depois que recebe mais uma ligação da suposta Melissa-do-além. Scully não sossega enquanto não prova que a mãe foi assassinada e que tem muito mais caroço nesse angu. O Detetive encarregado aos poucos vai liberando mais espaço para ela – aliás, é impressão minha ou ele arrasta uma asinha pra ela heim? - e logo ela está praticamente à frente do caso e se afeiçoando cada vez mais à Emliy, que aliás, é adotada. 

Enquanto isso suas noites vão sendo tomadas por pesadelos e lembranças do passado que se confundem em sua cabeça e acabam lhe dando um insight: Emily e Melissa são absurdamente parecidas. Claro que ela pede exames e mais exames. 

Nessas alturas ela já sabia que estava estéril devido à sua abdução e acho que faz muito sentido o que ela diz à mãe. Ela nunca havia planejado filhos ou parado para pensar nesses assuntos, porém, uma vez que o direito de escolher ser mãe ou não lhe é tirado, tudo parece muito injusto e ela acaba percebendo que quer isso para a vida dela, mas que não pode mais. :´(

O fato é que em seu íntimo ela sabe que tem uma ligação muito forte com a menina e quando o resultado dos primeiros exames saem ela tem certeza que Emily é filha de Melissa. Sem nem sequer aguardar o restante dos exames ficarem prontos, e com o suicídio forjado do pai adotivo da garotinha, Scully já faz logo o pedido de adoção. Porém, em um primeiro momento seu pedido é rejeitado por muitos motivos, como o seu trabalho ser perigoso e exigir muita dedicação e o fato dela ser solteira e nunca ter tido uma relação longa. Acho muito legal aqui as revelações que Scully faz a seu próprio respeito, sobre como ela tinha tanto medo da efemeridade da vida que evitou desde pequena estar muito próxima das pessoas e se fechou para relações duradouras. Mas que depois de tudo que passou e principalmente pela doença que superou, ela havia repensado sua vida e não tinha mais medo. Ownnnn...ouviu isso Mulder?

Aliás né gente, ele faz tanta falta nesse episódio. Sei que é a cruzada pessoal de Scully, mas se tem alguém que sabe lhe dar apoio e poderia estar ao seu lado o tempo todo sem criticar, seria ele. Felizmente ele dá o ar da graça na sequência.

É interessante notar também como Scully vai ficando cada vez menos confortável na presença da família e em situações sociais comuns, como reuniões de Natal, jantares etc. Ela vai se tornando cada vez mais parecida com Mulder nesse aspecto e mais à vontade com ele também. Tudo pelo que passaram os uniu de certa forma que ultrapassa o dever, e nem estou falando de romance aqui. Afinal, logo no início ela tem o impulso de ligar pro parceiro e contar o que está acontecendo, sendo que poderia conversar com a mãe ou o irmão (não). 

Amo o papo cabeça que Scully relembra ter tido com a irmã, que era ótima conselheira, antes de ingressar no FBI: “Você não sabe as pessoas que vai conhecer lá, como elas mudarão a sua vida e como você mudará a delas”. Tinha uma bola de cristal essa Melissa! Justo ela tinha que morrer poxa? Para não falar que sou ruim por querer matar tantas vezes o Bill, podiam ter matado o Charles que a gente nunca viu mesmo. 

Mas, enfim. Pra finalizar essa primeira parte e deixar Scully (e a gente) de boca aberta, chegam os resultados definitivos dos exames: Melissa não é a mãe de Emily. Mas Scully é. [Fê Monteiro]
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[Josi] Um dos episódios mais tristes da série sem sombras de dúvidas.

Como se Scully ter sido sequestrada, devolvida a beira da morte apenas para desenvolver um câncer terminal que realmente quase a matou não fosse suficiente, ainda há o fato de que seus óvulos foram roubados e estão sendo usados para produzir experimentos genéticos.

A empatia de Mulder com os sentimentos de Scully é palpável. Ele sabe bem o que é ter um membro de sua família sendo abusado vezes sem conta para fins escusos. É assim com sua irmã Samantha. A menina é a fonte de tantos experimentos que seus genes foram usados em clones e híbridos em diversas escalas e idades e são usados para o que quer que sejam necessários no momento. Até mesmo para manipular Mulder.

Talvez seja por isso que ele fala no começo que ele se recusaria a depor em uma audiência para custódia daquela garotinha pela Scully. Ele sabe que o que ela estava fazendo não era saudável... ela teria feito o mesmo com ele se os papéis fossem invertidos. Mas ele não a deixaria sozinha para enfrentar os lobos sem ter todas as informações à mão. Ah, vamos falar a verdade... ele jamais a deixaria sozinha para enfrentar coisa alguma. Mulder é aquele tipo de amigo que se joga dentro da briga ao seu lado mesmo sem saber direito o que está acontecendo. E assim ele o faz ao longo do episódio. E, sendo sincera, por mais que eu seja contra a violência, os sopapos que ele deu naquele nojento do Dr Calderon foram muito bem dados!

Mas os holofotes neste episódios recaem sobre Scully. Sei que muitos doam seus óvulos e esperma e conseguem levar a vida sem se interessar como eles serão usados e como aquelas crianças levarão suas vidas ou se chegarão a isso... é uma questão de criação, religião, princípios, filosofia ou o que mais você queira listar, mas a principal delas é: escolha. E esta escolha foi roubada de Scully. Ela não deu nenhum consentimento para isso. "Vocês são um bando de médicos estupradores"... Verdade, Mulder.

Ao longo do episódio, ela faz de tudo para salvar Emily. E segue confortando-a e protegendo-a o máximo que pode naquela situação. Mas aquela era uma luta perdida. E pela primeira vez, que provaria não ser a última, ela permite que sua filha se vá, em um ato altruístico de amor, para que ela, Emily, não sofresse ainda mais.

A mitologia do caso ficou meio confuso pra mim. As crianças estavam sendo criadas com gene alienígena usando o material genético de mulheres diversas e outras mulheres vulneráveis eram usadas para gerá-las... e Emily era especial por algum motivo e merecia ser tratada no lugar de ser simplesmente destruída. Pelo que eu entendi o Dr Calderon era um clone também e conduzia as experiências como aqueles que vimos em Colony/End Game... Então os Caçadores de Recompensas vieram para fazer a limpeza como antes? Mas o que eu não entendo é eles deixarem que Mulder os seguisse... Enfim...

Fato é que o final faz jus ao tom do episódio e nos deixa querendo chorar junto com a Scully. [/Josi]
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[Cleide] Faltando 100 dias para a estreia da nova temporada, temos um monstro da semana de sucesso de volta. Não é um episódio memorável como Pusher, mas é um episódio muito bom!

Pra mim o grande destaque deste episódio é a maneira totalmente diferente de pensar de Mulder. Seria quase impossível desconfiar de Linda quando Modell estava fugitivo, considerando o que ele era capaz de fazer.

David Duchovny adora fazer piadas e dizer que Mulder era o pior agente do FBI, entretanto, por mais estranha que fosse a situação, ele sempre estava certo! No caso deste episódio, eu não recriminaria Skinner e Scully, eu também acharia que Mulder estava "variando" depois de conversar com Modell, e da primeira vez que assisti a este episódio, fiquei realmente confusa... "quem está certo?"

A cena final é assustadora, pois ela retoma o horror da roleta russa do final de Pusher, mas com o agravante de Linda fazer Mulder ver Scully se matando... o desespero dele é de dar pena... e quase que ele realmente atira na Scully de verdade, pois estava tomado por desespero... e por isto, é que apesar de ter vencido, o gostinho que ficou foi de derrota. [/Cleide]
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[Fê Monteiro] Bobby, o adolescente cujo padrasto morre sob circunstâncias que o apontam como principal suspeito, era um nada, coitado. Com a morte, ganha fama, é quase como se ele estivesse gostando e aproveitando aquele momento, mesmo que negativo. 

Mulder, desde o princípio não engole que aquele garoto, por mais insuportável que parecesse, tenha sido o autor do crime, enterrando um homem, muito maior que ele, vivo, verticalmente. Mas havia o fato de ambos viverem em pé de guerra, o fato da discussão minutos antes da morte e o fato de que só havia Bobby na cena do crime e nenhum álibi. 

Pausa para dizer como Mulder está especialmente piadista e irônico neste episódio...adoro.
Sem mencionar sua demonstração de agilidade juvenil para Scully...

Os agentes conhecem então a estranha psicóloga, Karin, que tratou Bobby. E, logo de cara, ela já inspira desconfiança para Mulder. Ela procura deixar claro demais que o menino sofria abuso do padrasto e que sua intenção era ajudá-lo a enfrentá-lo.

Na sequência, ocorre mais uma morte, dessa vez do pai de Lisa, aparentemente a mais próxima de ser considerada uma amiga para o garoto. Novamente a morte ocorre após uma discussão entre pai e filha. E de quem a garota era paciente? Karin de novo. Tudo realmente aponta pra ela e descobrimos que seu passado sim está recheado de abuso. 

Todas as mortes também apresentam a presença das castanheiras, que estão por toda a parte naquela cidade, e segundo percebemos pelo episódio, são de fato elas que cometem os assassinatos. Mas guiadas por uma força, que as está matando inclusive, como uma praga. Segundo o lenhador esquisito e sombrio, essa praga é causada por um homem muito mau. - Medo -

Não posso deixar de lembrar de “Psicose” quando assisto esse episódio. São várias referências: a relação conturbada entre pais e filhos, o/a filho/a assumindo a identidade do pai/mãe por vezes ao mesmo tempo em que mantém a sua, inclusive alterando a voz e o corpo do ente falecido guardado no porão. 

Ela incorporou aquele mal contra o qual ela não conseguiu lutar. Aquela força tomou conta dela e ela tentava, através de seus pacientes, se vingar, ir à desforra, enfrentar. Mesmo que aqueles pais (pelo que pude perceber ao menos) não passassem de pessoas talvez um pouco severas, porém não violentas ou abusivas como era seu pai. Ela passou a ver todo tipo de autoridade paternal como uma ameaça. E eu te pergunto: como uma pessoa dessa consegue se tornar psicóloga? Eu heim.

No fim, todos eram vítimas. Bom, todos menos o pai da Karin. 

E o dia é salvo, quem diria, pelo lenhador esquisito e sombrio. [Fê Monteiro]
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[Josi] Honestamente, esse episódio não me dá medo. Mas é gostoso de assistir, o caso é interessante o suficiente e as interações entre Scully e o restante do mundo, especialmente Mulder e Jack são muuuuito legais!

Tive pena de Scully. Pobrezinha não conseguia sequer tirar um final de semana pra si. Ela devia ter dito que ia escrever uma monografia de alguma coisa bem complicada, daí Mulder provavelmente a deixaria em paz. Se bem que nem foi ele o causador de todo aquele problema... foi a própria Scully. Ela encontrou outro Arquivo X e outro Mulder.

Aliás, esse carinha... o Jack... bem simpático, né? Pelo menos, Scully teve boa companhia.

O caso é sobre uma família descendente de bruxas que encontrou no caminho uma boneca amaldiçoada. Azar pouco é bobagem. A boneca então tomava as dores da menina e liquidava quem a incomodava? Vamos analisar os assassinados. Primeiro o açougueiro, que dava em cima de Melissa (que não correspondia) mesmo sendo casado. Depois a senhora que ficava espalhando que Melissa e a filha eram bruxas perigosas mesmo antes delas estarem envolvidas em qualquer coisa. Por último, Buddy. Ah Buddy. Que pena que eu não tenho dele ter morrido. Que homem ridículo. "Fiquei no banco de reservas"... hã??? "Eu posso te proteger" (dava pra notar a baba rolando pela boca dele e os olhos cobiçantes... eeeeeca). Todos fazem sentido... até mesmo Melissa pois ela estava querendo destruir a boneca... ali foi um ato puramente da criatura do mal. Mas... por que o pai de Polly morreu? Ele descobriu alguma coisa ou foi algo trivial como ele tomar muito do tempo de Melissa que deveria estar se dedicando inteiramente à menina? Tudo é possível!

Gosto muito da música que toca o tempo inteiro. Isso é meio desconfortável quando você está cantando e se balançando enquanto os assassinatos ocorrem... ops.

Voltando à Scully. Gente, como ela está bonita nesse episódio. E quem não sente uma conexão espiritual com ela quando ela ignora o telefone e fecha a porta do banheiro com o pé? Maravilhoso! É muito fofo como ela tenta deixar o trabalho de lado mas não consegue realmente dizer não.

E quem não trabalha e prefere passar o fim de semana de papo pro ar esperando pela parceira é nosso querido agente Mulder. Vendo filmes classe C no escritório, brincando de basquete em sua roupa de baixo em casa e caindo para outras atividades sem futuro nenhum como afiar lápis para depois jogá-los no teto de gesso. Esse último ficou como uma marca registrada dele e foi trazido de volta em outras ocasiões...

Ao final, Scully torra a boneca no microondas, o que parece ter sido o suficiente apenas a curto prazo e ela volta toda misteriosa com Mulder. Adoro essas cenas que mostram que eles eram bons camaradas e eles não viviam sempre num clima carregado.

"Acho que algumas coisas devem mesmo ficar sem explicação..."

Né? [/Josi]
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[Cleide] Na quinta temporada, após um episódio de Stephen King, temos Kill Switch escrito por Tom Maddox e nada mais nada menos que William Gibson, escritor que inaugurou uma nova era da ficção científica que dura até os dias de hoje, a chamada “Era Cyberpunk”. Seu livro “Neuromancer” (1984) foi um marco da ficção ao antecipar tecnologias como a internet e criar conceitos como o de “cyberspaço” ainda na década de 70.

É o episódio mais caro gravado em Vancouver e um dos episódios mais nerds da série. O curioso é que é estranhamento romântico de "Twiligtht Time" tocando no início dando um clima estranho para Mulder e Scully sozinhos no carro ao final em que Scully salva seu "donzelo em perigo" no final. Afinal é uma história de um casal que quer eternizar seu amor entrando para o cyberespaço.

Destaque para a realidade virtual na cabeça de Mulder, onde presenciamos o famoso "Scully fu" e outras loucuras mais que só aconteceriam naquela mente fértil mesmo... [/Cleide]
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[Fê Monteiro] Este é mais que um episódio cômico apenas. É genial!

Não à toa ele é um dos mais, senão o mais, querido de grande parte dos fãs. Inclusive a GA o declarou como seu favorito. E sempre me lembro, na entrevista deles na NY Comic Con Paley Center, quando ela pede uma das cenas de autópsia de Bad Blood para passar e fica chateada de não ver a sequência em que ela coloca as tripas na balança e elas começam a escorregar do prato, porque era o que ela mais gostava naquela cena...rsrs

O mais bacana aqui é que temos acesso a todas as impressões que cada agente faz do outro e de si mesmo, pois ambos querem saber suas versões da história de forma que não haja mal entendido na hora de fazer o relatório para Skinner. 

Enquanto Scully vê um Mulder exageradamente entusiasmado, acelerado, irritante e inconsequente, ela se descreve como calma, ponderada e paciente. Mulder, por outro lado, enxerga Scully completamente desentusiasmada, mal humorada e impaciente, enquanto se descreve como um coitado cheio de boa vontade, equilibrado e submisso.

O melhor é ver que, no fim, a cidade era toda de vampiros e que eles apenas queriam viver discretamente, mas Ronnie pisou na bola. Porque, tirando as indiscrições dele, nenhum dos outros ataca as pessoas de fato...own 

São tantos pontos altos nesse episódio que fica difícil enumerar sem descrevê-lo por completo! 

Luke Wilson está ótimo como o Xerife Hartwell, por vezes dentuço e burro na visão de Mulder, por vezes bonitão e sedutor na visão de Scully. Mas um fato se mostra comum às duas versões: ele adora repetir a última palavra que cada agente fala, como se estivesse entendendo tudo...rsrs. 

Scully fica caidinha por ele a ponto de, na sua versão dos fatos, dizer que ele a chamou de Dana. “Dana?!” Pois é Mulder, nessa temos que concordar com você... Só não sei dizer se rolou realmente ciúmes da parte nesse epi, alguns acham que sim, outros acham que não. Uma vez que Mulder deixa claro que está ajudando a parceira largando-a com o Xerifão a sós. Acho mesmo que ele mostrava sua implicância com a aparência do cara para irritá-la mesmo. 

Não tem como não amar:

- O teaser todo
- Mulder assassinando a lixeira no melhor estilo Seu Madruga de ser
- Os benditos cadarços desamarrados
- As cenas de autópsia e o apetite de Scully
- Mulder todo sujo sem querer dar explicações
- A cama com os “Magic Fingers”
- Scully ligando os fatos: Pizza – Hidrato de Cloral na pizza – o cara da pizza – Mulder!
- Mulder drogado cantando Shaft – e negando que fez isso
- Scully fazendo pouco de Mulder enquanto este desata a falar tudo que sabe sobre vampiros
- Saber que vampiros são obsessivo-compulsivos – como o Rain-Man (by Xerife Hartwell)
- Mulder tentando – sem sucesso – atirar nos pneus do trailer desgovernado
- Mulder partindo para uma abordagem diferente – sem sucesso - com o trailer desgovernado
- Mulder comendo pizza enquanto a cama vibra
- O vôo de esquilo do garoto vampiro
- Scully ajeitando a gravata de Mulder e o lembrando de que ele estava drogado
- Mulder gritando que estava drogado sem Skinner lhe perguntar nada
- Ambos afirmando que estavam drogados.

No fim, até eu comecei a suspeitar que estava drogada também. [Fê Monteiro]
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[Josi] Muito acontece durante estes dois episódios. É o primeiro episódio duplo mitológico depois de terminado o arco do câncer de Scully e é iniciado um novo. Mais personagens importantes são introduzidos e outros igualmente importantes voltam a aparecer.

A Paciente X é Cassandra Spender. Múltiplas vezes abduzida, ela tem, no entanto, uma postura bem diferente de como pessoas nessa situação geralmente se comportam. Certamente bem diferente de Duane Barry, que é citado por ela. Ela clama que tem uma mensagem boa dos aliens... que eles vem como amigos e querem nos ajudar. Conhecemos também o filho de Cassandra, Jeffrey, que fica apagado aqui mas ao longo da série ele terá um papel muito importante.

O começo do episódio já mostrava que não era bem assim como Cassandra dizia com diversas pessoas sendo queimadas vivas no Cazaquistão. Depois descobrimos que aqueles eram grupo de abduzidos e o episódio volta a se repetir em território americano, o que aterroriza até mesmo o Sindicato. Estes, sem o Canceroso, contam com a ajuda de Marita Covarrubias. Ela até que estava se saindo bem, deu até a volta em Krycek (falaremos dele logo logo... não pensem que ele vai passar batido), mas acabou subestimando o perigo que tinha em mãos e foi atacada pelo óleo negro. E notem que ela fazia jogo triplo pois enganou ao Sindicato e ao rato e ia dar a informação diretamente nas mãos de Mulder.

Mas como e porquê aquelas pessoas estavam sendo queimadas? O mesmo que os caçadores de recompensa faziam com os clones. Destruindo o progresso que os aliens/Sindicato tinham feito eliminando os objetos das experiências e ainda fizeram estardalhaço pra mostrar até onde podiam ir. E assim conhecemos os Homens-sem-Face. Eles se mutilavam para que o óleo negro não os dominasse. (achei isso muito nada a ver... assim... errr... não acho que seria efetivo... nem sei pq eles têm a mesma fisionomia humana...)

Vamos a Krycek. Que ser humano desastroso. Não bastava ser nojento e cruel, ainda é burro. Torturar o pobre do menino daquela forma apenas para ter mais vantagens em seus jogos vis. Adorei Marita ter roubado o menino dele.

OK, falando um pouco sobre a experiência que os russos faziam. Primeiramente, quanta crueldade! Eu não havia pensado nisso antes, mas o pobre menino ali não tinha ideia do que iam fazer com ele. Tá que o óleo é horrível... mas imagina... podia ser ácido ou cobras... ELE NÃO SABIA! Esquecendo a maldade... os russos eram bem f*dões, heim? COMO eles conseguiram pegar todo aquele óleo negro pra usar como eles bem quisessem??? E ainda desenvolveram a vacina bem antes dos americanos. 

Enquanto isso tudo acontecia, Mulder estava com a cabeça enterrada... na areia. Algumas pessoas gostam de falar que ele não liga pra o que acontece com Scully... mas poxa... a quase-morte de sua parceira o abalou tanto que virou o mundo dele de cabeça pra baixo e o fez questionar tudo o que ele acreditava até mesmo seus próprios olhos e anos de experiência. E cá está ele... mais chato do que nunca. Scully é uma cética quase sempre adorável? Mulder? Não. Deus nos livre de cético-Mulder. Ele se torna amargo e arrogante. ugh!

Scully, no entanto, vem seguindo o caminho inverso e desde a sua cura miraculosa, ela está mais aberta para outras possibilidades. E ela vê em Cassandra um espelho para o que ela mesma vem sentindo. Ela não conta nada pra Mulder... dessa vez não apenas por medo de acreditar, mas porque dessa vez nem ele tinha condições de lhe apoiar.

Assim, Scully não consegue mais lutar contra a força que a chama e acaba numa ponte com diversas outras pessoas, inclusive Cassandra. Eles são abordados por o que parece ser um OVNI e de repente o cenário volta a se repetir com pessoas sendo incineradas vivas... e...

CONTINUA.

PS: Creio que é a primeira vez que é mencionada uma data para a invasão. Eles falam que ainda faltam uns 15 anos. Estão no começo de 1998, então a data mais ou menos bate com o Dez/2012 de The Truth. [/Josi]
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[Cleide] Como foi dito sobre Paciente X, este episódio duplo inaugura um novo arco da mitologia que vai desembocar no que vemos em Fight the Future. À esta altura, Chris Carter e equipe provavelmente pensaram estes elementos para construir um longa com as revelações e emoções necessárias.

A tensão entre EUA e Rússia estão presentes, mas não no nível das instituições oficiais, e sim nas obscuras, no nível da conspiração. O Homem das Unhas bem Feitas consegue tomar de Krycek (ou fazer um acordo com ele, não sei bem) para se apoderar da vacina russa contra o óleo negro e testá-la em Covarrubias que acabou se dando muito mal no episódio anterior.

Sabendo do trajeto da mitologia, é muito curioso considerar que a informante contaminada, e seu envolvimento com Krycek, de certa forma será um elemento vital para a salvação de Scully em Fight the Future.

Falando em Scully, mais uma vez, num golpe de sorte, ela é poupada da morte, e no meio de uma chacina... mas ninguém, nem ela mesma, sabe como isto se deu. Então, em um diálogo franco, ela diz a Mulder ,que acreditando ou não nas lembranças que ele tinha do passado, elas o levaram até aquele ponto, e ela nem sequer se lembrava. Ele então concorda em ajudá-la.

Então, para nossa surpresa, temos a cena fabulosa da regressão, e quem diria que Scully viu uma nave e uma abdução? Ela, mudada pelas experiências, tende a acreditar, e Mulder, que neste período cético ficou pior do que qualquer descrente que já ouvi falar, com as evidências na cara, não acreditou... mesmo quando até Skinner queria acreditar.

No final das contas, quem tira a cabeça de Mulder do lodaçal, é nada mais nada menos que nossa ratazana: Krycek! Ele da a pista, e Mulder vê com seus próprios olhos o extraterrestre sem rosto. Ele e Scully são apreendidos pelos militares (de novo!)

Uma coisa que não entrou na minha cabeça, é que Mulder conhecia o caçador de recompensas, o viu mudar de aparência na sua frente... na hora de negar a existência dos extraterrestres, e dizer que o governo que criava toda esta ilusão, qual tecnologia criaria um ser que podia ter a aparência que quisesse? Eu acho que ele ficou tão decepcionado e traumatizado com a história do câncer da Scully, e virou um "negador sistemático", que nem parou para analisar tudo que já tinha presenciado e documentado.

Mas então, terminamos este episódio com a mitologia estabelecida: Mulder volta a acreditar, Cassandra sumiu (abduzida), O Cança está vivo, e escreve para Spender, o qual tem costas quentes no FBI e mal sabe de onde vem e quem é seu protetor... as coisas ainda ficarão bem mais interessantes. [/Cleide]
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[Fê Monteiro] Travellers é um termo pelo qual eram conhecidos os simpatizantes do comunismo nos EUA e essa é basicamente a premissa da história que nos leva de volta a 1990, ou seja, para um jovem, e ainda inocente, Mulder indo bater na porta de Arthur Dales para saber sobre o caso e Dales nos leva a 1952, quando os fatos ocorreram.

Primeiramente quero dizer que adoro o Arhur Dales! Afinal ele era o “Mulder” dos anos 50. Mas, um Mulder sem Scully não poderia envelhecer de outra forma. Ele não quer nem lembrar da história, nem ouvir falar de Edward Skur e somente depois de muita insistência do nosso querido futuro Spooky (e uma ameaçazinha) ele resolve desembuchar. 

É legal que neste episódio nós descobrimos a origem do que faz de um caso um “arquivo x”. Pela lógica, casos não resolvidos seriam arquivados na letra 'U' (unsolved). Porém a letra “U” já estava cheia, então passaram a colocá-los em X, pois havia bastante espaço nessa letra. (aquele momento que você reimagina o nome da série: Arquivo U...arrrgh)

Outro fato curioso e polêmico deste episódio é que novamente nos depararmos com a insistente presença de uma aliança na mão esquerda de Mulder (já havia aparecido em Unusual Suspects, que se passa em 1989). Apesar de alguns dizerem que foi uma brincadeira dos bastidores - pois por essa época DD se casou com a Tea Leoni - eu não vejo porque mostrar tantas vezes se não fosse relevante de alguma forma. Mesmo sem nunca esse “arquivo x” ter sido solucionado e ter sido engavetado e esquecido, creio que era um claro sinal de seu comprometimento com a querida (não) Fowley. 

A história do episódio em si é interessante. Temos uma boa visão de como os poderosos já lutavam para manter seus sujos segredinhos enquanto usavam e abusavam de seus funcionários usando-os como cobaias e escrevendo a História como bem entendiam. Tudo pelo bem maior, sempre. William Mulder (Sr.) é retratado aqui como um jovem funcionário do Departamento do Estado, já bem metido nessa zona toda, mas ainda tentando fazer o que podia para salvar algumas pobres almas. Mais tarde sabemos que ele se enrolou a um ponto de já não poder mais salvar sequer a sua família e aos poucos Mulder (filho) vai descobrindo toda a participação de seu pai nas conspirações afora.

Dales para Mulder:
“...Eles caçaram comunistas na América nos anos 40 e 50. Não encontraram praticamente nada. Você acha que eles não teriam encontrado nada, a menos que nada...fosse o que eles quisessem encontrar?...”

Pois é né... [Fê Monteiro]
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[Josi] Marty é cega desde o nascimento. Cegueira causada pelo fato de que sua mãe foi morta enquanto ainda estava grávida dela. O pai foi o assassino, mas ela só soube disso agora quando Mulder contou isso a ela. Desde que ela nasceu, ela é absolutamente sozinha. Sua deficiência ainda mais pronunciada pelo fato de que ela deve muito provavelmente ter crescido em instituições ou por parentes indiferentes. Ser independente é uma necessidade. Ajuda nunca veio de boa vontade para ela. Bom, pelo menos isso é como eu imagino que tenha sido a sua vida. Ela sempre teve que escolher entre ser forte ou sucumbir inteiramente. Então, na cabeça dela, ela preferiu ir para o extremo. Tudo era uma oportunidade para provar que ela não era menos do que ninguém. Se você alguma vez já foi tido como menos capaz só porque era diferente, você entende um pouco isso.

Mas Marty recebeu com seu nascimento outra particularidade. A maldição de ver através dos olhos de outra pessoa. Não qualquer pessoa, mas um bandido cruel. Imagine... você não apenas é cego, mas o pouco que vê são situações violentas dentro de um lugar horrendo. Isso mudou quando ele saiu da prisão. Aí sim ela teve algo pra se apegar. Confesso que eu fico confusa em entender as motivações dela em proteger o bandido. Talvez, no primeiro assassinato, um traficante, ela pensou que o talzinho pararia ali, continuasse a vida e ela não precisasse voltar para a prisão junto com ele. Já no segundo... bom, ali ela teve uma boa dose de culpa pois o cara desconfiou da moça depois que ela o ameaçou. Por que ela o matou enfim? Creio que ela não suportou a ideia de continuar vendo através dos olhos de seu pai, o assassino de sua mãe.

A relação de Marty com Mulder foi quase uma história de amor. Lindo demais como ele viu através daquela atitude agressiva e conseguiu sentir empatia por ela. Como ele mesmo disse, não era pena, era admiração. "Eu gosto de você, Marty, eu te admiro." Mas ele só conseguiu entender no final suas motivações e mesmo assim ela não deixou que ele a ajudasse. Para o bem e para o mal, ela só queria ter o que fosse absolutamente justo... na maneira que ela entendia as coisas. Amo como quando Mulder está muito emocionado com a situação de alguém, ele baixa a voz quando fala com a pessoa. Ele passa tanta ternura e cuidado...

É bom ressaltar que receber ajuda não é de maneira alguma uma demonstração de fraqueza. Você não prova que é incapaz por receber uma compensação pelas injustiças que sofre. Medidas sociais existem e devem ser usadas não porque as pessoas que as recebem são menos, mas porque as outras pessoas são deficientes de caráter e não dão as mesmas oportunidades para todos de acordo com suas particularidades.

Scully só aparece e segue o protocolo tanto quanto o detetive. Esse foi claramente um episódio para Mulder e somente para ele... 

A última cena é muito bonita. Podemos ver Marty com as armas abaixadas sendo apenas ela mesma. Inteligente, esperta, adorável... infelizmente, a despeito de todos os seus esforços, vítima dos crimes de outra pessoa, mas feliz por ter feito o que achava ser o mais correto. Muito fofo como Mulder e ela quase não conseguiram dizer adeus. E, ao final, ela caminha para a escuridão total da cela, que é um simbolismo de como será sua visão dali por diante.

Particularmente, eu espero que ela tenha saído em condicional e tenha continuado sua vida com um pouco mais de paz. [/Josi]
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[Cleide] Eu gosto muito deste episódio, um dos que mais assisti da quinta temporada. O anterior foi centrado em Mulder, e este em Scully, e é um tipo de fechamento do arco da abdução, câncer, esterilidade e morte de Emily. Não que o assunto não seja retomado, mas este episódio além de trabalhar o lado religioso da personagem, e desafiar sua fé, traz uma significação para o luto deste período.

Neste caso, não acontece um Arquivo X formal, designado para eles, e sim, o Padre McCue solicita uma intervenção da agente, como amigo, para ajudar um casal em luto. Mas Scully acaba esbarrando em um caso com vários aspectos sobrenaturais. 

Scully então aciona Mulder, para ajuda-la com sua experiência com o sobrenatural, entretanto, seu parceiro se coloca tão cético a respeito dos assuntos religiosos, que não enxerga com neutralidade nem mesmo as evidências.

A agente fica susceptível, ela vê Emily na autópsia da primeira vitima, mas ela também - apesar de ninguém acreditar - recebe uma aparição do Serafim, o anjo que estava recolhendo estas almas inocentes. 

Scully vê todos os sinais, como se fosse colocados só para ela, e no momento de salvar a última criança, ela tem a revelação de que o assistente social não era o que parecia. Além disto, no momento crucial, a última das 4 moças toma a forma de Emily e pede a Scully que a deixe ir. 

Ela fez o que sua fé e seu coração disseram, mas sendo tão racional, ainda assim se sentia culpada por deixar a alma da moça ser recolhida pelo Serafim. De qualquer forma, a confissão que Scully faz e a conclusão de que isto era fé no final o episódio, parece fechar o período de luto da agente e permitir que ela faça as pazes com a situação (não com a esterilidade em si). [/Cleide]
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[Fê Monteiro] Esse episódio é bem tenso e nem saberia classificá-lo como MOTW ou como mitológico, com toda aquela pataquada do Governo. Só sei que já no teaser nos pegamos tão desorientados quanto Scully que, ao correr atrás do parceiro que perseguia um terrorista portando uma substância letal, se depara com uma cena confusa de dar nó na cabeça e no estômago: Mulder claramente deixa o suspeito livre para fugir. Isso o torna instantaneamente um traidor de seu país. Claro que Scully não o denuncia, mas fica com um bonde atrás da orelha que só piora quando o questiona sobre o que viu e recebe respostas evasivas com a pior expressão “não sei mentir” do parceiro estampada no rosto.

Claro que ela não deixa barato e começa a seguir Mulder na tentativa de, ao menos, entender o que acontece. Scully está especialmente brilhante neste episódio, ela simplesmente vai desvendando e sacando tudo.
É ótimo seu diálogo com o gerente do Motel onde Mulder se hospedou com nome falso: 

"Um homem me disse que você deu a ele as chaves de meu quarto... quarto 130"
"Quem é você?"
"Quem sou eu? Quem é ele?"
"Sr... uh... Kaplan"
"Sr. Kaplan?"
"Sim."
"Obrigada."
"Você é a esposa?"
"Nem de perto." 

Daí pergunto: porque o trabalho de deixá-la de fora para ter que contar toda a verdade mais cedo ou mais tarde? 

Mulder sofre uma pressão considerável aqui. Ele está infiltrado, correndo risco de morte e é cobrado pelos terroristas, pelo FBI, pela CIA e ainda tem que lidar com uma Scully muito desconfiada para a qual ele simplesmente não sabe mentir. É muita mentira para alguém que só busca a verdade. Acho que no futuro ele vai pensar duas vezes antes de sair teorizando contra o governo em conferências sobre OVNIS. Afinal, nunca se sabe que tipo de louco que pode se identificar com você.

Acho que toda essa pressão é mais insuportável para ele do que a tortura física que lhe é imposta. Ótima cena, aliás. Aflitiva, mas muito boa.

Mulder sendo Mulder:
“Você é dos que acreditam?”
“Tenho minhas crenças.”
“Está disposto a morrer por elas?”
“Preferia que não chegasse a isso.”

Outra situação que definitivamente não vai deixar a cabeça dele tão cedo é a do carinha sendo assassinado no assalto. Ele se livra de matá-lo mas não consegue impedir sua morte. Só imagino como isso mexe com a cabeça de alguém como Mulder.

Em tempo: Mulder utiliza a máscara de Drácula porque era o personagem preferido de DD na infância.

E no fim, Mulder foi usado e abusado, quase descartado, salvo pelo gongo – que aliás também foi usado – e tudo para encobrir testes de uma nova arma biológica desenvolvida por quem minha gente? Pelos terroristas? Nãaao. Pelo governo russo? Nãaaao. Pelo Dr. Evil? Nãaaao. Pelo Dick Vigarista? Nãoo. Pelo governo americano? Siiiim. [/Fê Monteiro]
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[Josi] Gosto muito desse episódio. Apesar dele ser pirado na batatinha.

Primeiramente, eu tenho que dizer isso: Que cara de pau de Mulder em ficar ofendido por ter esse caso designado a eles. Quer dizer, ele levou tudo pessoalmente e ignorou que Scully também era arrastada pra esse tipo de caso. Meu ponto é... isso acontece com eles o tempo inteiro! E ele sempre tem uma teoria e um risinho misterioso de quem está esperando a hora certa de contar a Scully justamente aquele pedaço de informação que faz o caso legítimo.

Depois... o que é esse monstro? Acho que é o mais horrível de toda série? Confere produção? Gente... ele parece... sei lá... um grilo com pernas. what

Enfim, Mulder e Scully recebem o caso, ele fica injuriado e vai sozinho. Ouvindo a história completa, ele vê que a coisa é séria e manda chamar sua parceira adoravelmente cética. Ela chega lá no meio do fuzuê. Mulder acaba vendo o monstro também e o problema piora. Skinner tem que ir até lá pessoalmente para conter seu agente que está... errr... perdendo o juízo.

Sabe... uma das coisas que eu realmente gosto nesse episódio é a atenção para pequenos detalhes.

- O dedo de Mulder ainda imobilizado por conta dos acontecimentos do episódio anterior;
- Mulder cuidadosamente traçando o perfil psicológico de Gary ao analisar a fita;
- O profissionalismo de Mulder durante o sequestro. Ele estava com a situação sob controle e quase assumindo o comando quando ligaram e o expuseram... aliás, destaque para a forma contida com que ele expressa sua frustração...
- Scully estava dando os melhores conselhos para os policiais... pena que eles se tornaram impacientes...
- A expressão de Mulder quando ele finalmente vê o monstro é impagável... assim como a de Scully quando ele admite isso pra ela.
- Notem também como a camisa dele ali no escritório ao conversar com Scully ainda está manchada de sangue, provando que ele realmente não descansou nem um pouco antes de ir cavucar os casos antigos em busca daquela bendita frase...
- Os terninhos e a maquiagem de Scully estavam especialmente bonitos nesse episódio.

"Cinco anos juntos, Scully. Você tem que ter previsto isso". Fofo.

E, claro, temos a cena que aparece em 8 de 10 vídeos shippers. "Você é a minha única em 5 bilhões". Ai, Mulder, seu lindo.

Scully é teimosa mas ela não deixa nunca de seguir evidências, especialmente quando a segurança de seu parceiro está em jogo. Assim, ela acaba o salvando do monstro.

Apesar disso e de todas as evidências, ela só consegue admitir com firmeza que Mulder está mais do que apto para trabalhar mas o monstro mesmo... não. Sua conclusão, folie a deux, uma loucura compartilhada. Até eu fiquei frustrada com essa. Po, Scully!

Ao final, outro homem branco é mostrado vendo o monstro em outra empresa de telemarketing. Gary, Mulder, rapaz anônimo... só homens brancos conseguem ver? [/Josi]
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[Cleide] Considero "The End" um episódio épico!!! Nos anos 90 spoilers o precederam muito, eu mesma estava ansiosíssima para assistir! Haviam muitas fofocas na época, de terminar a série na quinta temporada, de encerrar como filme, muitos impasses com DD e GA, enfim... apesar de não ser o tão temido fim da série, foi o fim de uma era, a de Vancouver e seus sites de gravação sombrios.

Além de tudo, as coisas começam a ficar muito sérias e reais para Mulder e Scully, em suas vidas pessoais - acho que algo na relação deles já estava vindo à tona, incomodando de algumas formas. A conspiração que tomava corpo (afinal muitas coisas aconteceriam no filme), bem como o retorno do Cancerman, para assombrar a todos!

O caso inicialmente era bem pragmático: atentado terrorista a um enxadrista. Spender que ganhou de presente a chefia da força tarefa especificou a não participação de Mulder, Skinner conversa com Mulder e o que ele faz? Isto mesmo: chega na reunião e com 30 segundos dá o pulo do gato vendo o filme de relance uma vez!

Nesse momento, somos apresentados à assombração de muitos de nossos pesadelos: Diana Fowley, que apoia estranhamente Mulder, forçando a barra para usar termos do paranormal ao fazê-lo. 

Para melhorar toda situação, Gibson, que era o verdadeiro alvo do terrorista, era capaz de ler mentes, soltando "spoilers" super incômodos dos pensamentos de Mulder - Scully - Diana. E imaginem que Scully não sabia que eles se conheciam, o menino com esse papo todo de que Mulder estava pensando em uma das moças e uma das moças estava pensando nele... é de deixar qualquer um estressado!

Mostrando o incômodo de Scully - e nos dando a sensação que para ela os sentimentos estavam ficando mais claros, temos duas cenas cruciais: a visita que ela faz sozinha aos Pistoleiros Solitários, após Mulder pedir que Diana testasse Gibson, falando como velho conhecido daquela mulher estranha. É muito significativo ela perguntar sem rodeios quem é Diana Fowley, e mais ainda a troca de olhares e o constrangimentos dos amigos de Mulder (e à esta altura amigos de Scully também), a contar que ela era namorada do seu parceiro no passado. E a outra cena, que é até bem triste, é o momento em que ela vê Mulder e Diana conversando de mãos dadas e então, sai, assenta no carro, respira fundo, e liga para o parceiro o chamando para encontra-la no trabalho para passar-lhe descobertas incríveis sobre o exame do menino.

No clímax da situação, Mulder decide apostar todas as fichas baseadas nas descobertas de Scully sobre o menino, apesar de saber que seria uma jogada perigosa e poderia perder os Arquivos X... e como ele devia prever, é claro que isso rendeu sugestões de transferências para os agentes e fechamento do departamento. 

Mulder em sua impulsividade afronta Spender, o ameaça - pois achava que ele era amigo do Canceroso (ele era seu protegido mas nem sabia quem era, um típico "laranja"), um diz ao outro que "seus dias estão contados", e disto temos o final para deixar qualquer fã petrificado: Canceroso entra no escritório de Mulder e Scully, pega o arquivo X do caso de Samantha Mulder e joga o toco de cigarro dentro do arquivo. Corta para Mulder entrando desesperado seguido por Scully, e tudo que fizeram nos últimos anos incansavelmente: inevitavelmente destruído... [/Cleide]
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[Fê Monteiro] Difícil até saber por onde começar quando se trata do primeiro longa do melhor seriado de todos os tempos e que, pessoalmente me levou para o mundo de Arquivo X! 

Imagino só como foi difícil encaixar toda a mitologia que já existia e ainda desenvolver novos elementos. Mas estamos falando de Chris Carter e mais toda uma equipe de respeito que soube bem costurar todos os pontos e ainda com a difícil missão de ser também comercial. Claro, havia que se ganhar dinheiro e também que chamar mais fãs. Não sei as estatísticas disso, mas comigo já conta uma fã apreendida pelo filme...hehe. 

Analisando hoje, com anos e anos excers nas costas, nunca deixando de me afastar da série e após rever intermináveis vezes os episódios (alguns exageradamente, outros bem pouco), percebo que muito podia ter sido melhor retratado. Acabo passando por muitos episódios duplos que, na minha humilde opinião, poderiam ter se tornado filmes até melhores que FTF. Acho que pelo ritmo rápido da telona, isso não foi possível, mas a gente acaba sentindo falta de mais personagens (não da Fowley) e de uma presença maior daqueles que apareceram. Mas não se pode ter tudo. 

O fato é que é no longa que vamos descobrir que os alienígenas estavam passeando na Terra quando a raça humana mal e mal existia e que, ao menos, uma navezinha (sqn) ficou enterrada na Antártica sabe-se lá por quanto tempo, só juntando corpinhos para a gestação de seus bebês. Own. Tudo, claro, com a ajuda do Governo que, com um olho no gato e outro no peixe, estava desenvolvendo suas vacinas, porque sabe né, há que se combater o futuro.

Mulder e Scully, nossos queridos, estão fora dos Arquivos X que foram encerrados (e queimados), como acompanhamos em The End. E com a bomba que estoura no colo deles (quase que literalmente), ficam ameaçados de serem separados ainda por cima. Isso abala muito o emocional dos nossos agentes, principalmente com Mulder, que é contactado por um novo informante (o que durou menos tempo até hoje): Kurtzweil, que por acaso (not) era amigo de seu pai. Lá vai Mulder arrastando Scully (por vontade própria) rumo a laboratórios, autópsias, desertos e milharais. Até chegarmos ao inevitável ápice do relacionamento deles: toda a declaração de Mulder que supera qualquer “Eu te amo” seguida por olhares emocionados, um abraço e um (abelha) beijo. É legal repararmos como o filme divide bem esse relacionamento. Depois de tudo que passam em FTF a 6ª temporada vem com tudo no quesito shipper! É como se aquele momento naquele corredor tivesse apertado aquele botãozinho ao qual Scully se refere para Sheila em The Rain King. 

E para terminar temos O salvamento. Até então já sabíamos que eles moviam céus e terras um pelo outro, mas acho que a Antártica ganhou em kilometragem. Fica ainda a pergunta que não quer calar e que aquela agente fofa que ajuda o Doggão em um episódio da 8ª temporada formulou muito bem: como raios eles saíram de lá? [Fê Monteiro]
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