Roteiro: Howard Gordon
Direção: Kim Manners
Resumo: Um assassino serial afirma que um espírito maligno foi o responsável por seus atos, e a própria sanidade mental de Mulder é questionada enquanto os assassinatos continuam.
Comentários:
[Starbuck] A terceira temporada (juntamente com a quarta) é uma das minhas preferidas. Talvez seja a preferida (juntamente com a quarta). Esse episódio é espetacular. Tudo nele é bom. Na minha opinião é uma das melhores interpretações do David em XF. A fotografia em XF sempre me chamou a atenção, mas em grotesco, home e Prometeu Pós-Moderno a coisa adquire um requinte sem igual... belíssima. Por que temos que assistir grotesco várias e várias vezes?
- porque é um episódio de AX...
- porque tem gárgulas. E o carinha lá da ex-URSS que é acusado de ser um serial-killer afirma que mata porque ELA (a gárgula) o instiga, ou melhor, ela determina isso. Daí o cara é preso, já que é evidente sua culpa, então um novo crime acontece... e ele diz que a COISA encontrou um novo escravo... E é aí que começa o suspense do episódio, um dos melhores suspenses (em minha opinião) que teve em XF.
- porque tem um antigo mentor do Mulder (Yeahhh.. todo mundo tem um mestre Yoda em sua vida). Esse cara ensinou o Mulder a entrar na mente do monstro para compreendê-lo e, assim, capturá-lo. O problema é: o quanto do monstro você traz consigo depois de passar uma temporada em sua mente??? (e é essa a pergunta que permeia todo o episódio) - porque vimos um Mulder fragilizado pela tentativa de compreender o demônio, ainda mais que ele é extremamente sensível e estava vendo (meio que sem compreender) o demônio no lugar menos provável (mas, ele é Mulder... se ele sente algo, é melhor darmos a devida atenção, por menos provável que seja).
- porque temos a scully percebendo o quanto o caso está mexendo com a mente do Mulder. Ao vê-lo no apart. 42 (o portal do universo)... envolto de gárgulas, meio moribundo... levando a sério os ensinamentos do seu mestre... ela fica realmente preocupada. O lance do Mulder dormindo com aqueles recortes de gárgulas só não é mais sombrio do que a Gillian levar a lápide da Scully para o seu escritório em Londres... COOL. É impressão minha ou todo psicopata foi uma criança frustrada no jardim de infância? Vocês já perceberam como quase todos os psicopatas de filmes ou da TV gostam de fazer recortes... aff...
- E porque temos Mulder mostrando que um discípulo pode superar seu mestre. E mesmo extremamente fragilizado, ainda é o Mulder que é o dono da situação, ele ainda é maior que os monstros que ele procura (com uma rede de caçar borboletas, sorry... lembrei de The Truth... adoro essa frase).
- Eis então o desfecho... o mestre torna-se o monstro. E tem o melhor monólogo dito pelo Mulder (sim... para mim, esse é melhor que o de Libertação II):
"Nós trabalhamos no escuro. Fazemos o que podemos para derrotar o mal que de outro modo nos destruiria. Mas se o caráter de um homem é o seu destino, essa luta não é uma escolha, mas um chamado. Contudo, às vezes o peso dessa tarefa nos leva a vacilar, fendendo a frágil fortaleza da nossa mente, permitindo aos monstros de fora entrarem, e nós somos deixados sozinhos, olhando para o abismo. Para a face risível da loucura".
PERFEITO!!!
PS:
Porque a gente merece!!!
[/Starbuck]
[Josi] Eu A-M-O esse episódio. É sem sombra de dúvidas o melhor da terceira temporada. Senão de toda a série... Agora mesmo, eu não lembro de outro melhor. Ele me perturbou tanto que eu não consegui vê-lo de uma vez só na primeira vez... na metade, eu parei e fui tomar um fôlego. Aí sim, voltei pra ver o resto.
Acho que esse foi o episódio de Mulder/DD como Beyond the Sea foi o de Scully/GA. Interpretações maravilhosas!
Odeio ver Mulder fragilizado. E na primeira vez em que eu assisti a esse episódio foi assim que eu o percebi. E isto é algo que me afeta de verdade. Mesmo sabendo que depois ele voltaria para o próximo episódio firme e forte, eu ainda tive medo de que ele sucumbisse ao monstro que ele procurava...
No entanto, já na segunda vez que eu o assisti, minhas impressões já sofreram algumas alterações. Na primeira vez, eu estava morrendo de medo pelo que poderia acontecer a Mulder, ou seja, eu compartilhava dos medos da Scully.
Desta outra vez, eu prestei mais atenção à forma com que o Mulder conduziu a investigação e percebi que não havia muitos motivos para se ter medo. Ele sabia o que estava fazendo. Ele mergulhou na mente do assassino ou no que estava fazendo aquelas pessoas matarem, mas não se deixou macular por aquilo. Tanto que quando o Petterson o surpreende no estúdio com o parceiro morto, Mulder estava normal e controlado (todos sabemos como ele fica quando está descontrolado).
O que assusta a gente (e a Scully, já que ela nunca tinha visto isso antes) é que ele realmente mergulha no caso de corpo inteiro e, para isso, se isola de tudo e todos. Vejam bem: mesmo ele entrando na mente do cara e pensando e sentindo como ele, ele (aparentemente) não sofreu nenhuma influência do mal em sua própria mente... Pelo menos, nenhuma com a qual ele não pudesse lidar.
E a resposta para o fato da loucura não atingi-lo também vem no final pelas próprias palavras de Mulder: "Mas se o caráter de um homem é o seu destino, essa luta não é uma escolha, mas um chamado".
E Mulder tem um caráter indubitavelmente bondoso. E é isso que eu mais amo em Mulder: ele tem uma bondade que salta aos olhos... lindo... Acho que por isso eles nunca conseguem uma prova de alguma coisa... Eles estão sempre buscando acabar com um mal, deter um assassino, salvar a alguém... Daí, depois que eles conseguem o primeiro intento, é que olham ao redor pra ver se restou algo pra comprovar suas teorias.
Mulder: "Seria o demônio algo nascido de cada um de nós? Encolhido nas sombras de cada alma humana esperando para emergir? Um monstro esperando para violar nossos corpos e trocar nossa vontade para fazer o que ele mandar? É este monstro que é chamado de loucura?"
Essa parte me deixa toda arrepiada... e casa mais ou menos com a ideia de Empendocles... no outro episódio a ideia era de que o mal pulava de pessoa em pessoa esperando uma brecha... uma hora em que a gente fica fraco e vulnerável... "A hora do demônio é a nossa eternidade".
Mas acho que uma ideia complementa a outra... e não deixa de ser muito perturbador...
Também tenho uma certa simpatia estranha por gárgulas. Elas são obras sempre ligadas ao obscuro e, segundo Mulder mesmo diz, elas eram construídas como uma forma de guardar o lugar contra o mal...
Gente... mas acho muito engraçado a Scully se assustando com o gato e depois sem querer entrar no estúdio escondido do quarto do suspeito... Ela fica muito bem na porta perguntando as coisas pra Mulder... :)
É mesmo assustador ver Mulder se distanciando e entrando dentro de tanta escuridão.
Scully perturbada ao ver o apartamento de Mulder...
Scully, iradíssima porque acha que o ex-mentor de Mulder está se aproveitando dele... Amo como ela vai até lá tomar satisfações... querendo saber o por quê do Petterson querer Mulder no caso. Caso este que tanto estava perturbando o seu parceiro.
E, claro que, neste episódio, apesar de eu não ter notado nenhuma piadinha de Mulder (Tadinho... ele tava mesmo fora de órbita...), tem sim um detalhe shiper:
Scully liga pra um telefone qualquer que deixam na secretária eletrônica dela...
Mulder: Hello?
Scully: Mulder?
Mulder: Scully?
Tão fofo... ela reconhece a voz dele por um simples "alô"...
Raramente eu tenho vontade de bater na Scully, mas isto vem a minha mente quando ela entra no estúdio do Mostow e ao ver Mulder apontando a arma para Petterson, se coloca contra o parceiro. Claro que eu ainda louvo a imparcialidade (Oi??? Até parece q ela tava pensando no outro cara... ela não queria era que Mulder se ferrasse com isso!) e a coragem dela no momento... mas... poxa, Scully!
O final, com Petterson preso e desesperado, me mete muito medo... me faz pensar: até onde estamos imunizados contra o mal? Como podemos nos defender da loucura e deste tipo de maldade que se aproveita de minimiza nossa força de vontade para nos destruir?
E o discurso final de Mulder não me leva a pensar apenas no sobrenatural, mas no nosso dia-a-dia mesmo. Nesses policiais e outros profissionais que lidam diariamente com a feiúra de nosso mundo e muitas vezes se acham ali desprotegidos e despreparados. O quanto podemos culpá-los quando eles sucumbem diante de algo muito mais forte do que eles? Será que quem os manda até ali e não lhe dão outras escolhas não seriam mais culpados? Será que nós mesmos não somos um pouco culpados pela nossa inércia? [/Josi]
Essa expressão de Scully, as lágrimas "penduradas" nos olhos, de preocupação com o parceiro, é tão forte que é o que eu sempre me lembro primeiro quando recordo do episódio. [Cleide]
Lembro que a primeira vez que vi este episódio, há anos atrás, fiquei morrendo de medo. Ainda hoje, fecho os olhos em algumas cenas. Aliás, as vítimas tinham a boca cortada de orelha a orelha, o que me lembrou o Coringa, que me lembrou a Diana boca de palhaço. Será que ela também foi uma das vítimas? Mas, sinceramente, adoro este episódio! Mulder entre a loucura e a sanidade... [Ariana]
[Nay] Assistir Grotesco foi um presente que me ajudou a pensar na monografia que começo a desenvolver, relacionada à doença mental e séries de TV. Dizer que este episódio é muito bom é não somente repetição, uma redundância, quando se trata de falar de AX, como também é economizar palavras para descrever uma produção tão bem feita.
Usando elementos simples, sem grandes efeitos ou coisas mirabolantes, Grotesco nos apresenta dois grandes medos da humanidade: a loucura e o demônio. E como esses dois temas andaram e continuam a andar de mãos dadas até hoje, não é?
São dois temas caros para mim, na medida em que ambos apontam para o risco de perda do controle sobre nossas ações e, a possibilidade de atuações violentas. O episódio inteiro discute isso: até que ponto estamos no controle de nossas ações? Quem somos nós? Do que somos capazes? O que motiva nossas ações? Qual a distância que separa sanidade e loucura? O mal existe? Onde? Em nós? No outro? Entre nós?
Desde o episódio piloto, soubemos que o início de cada episódio de AX não pode nem deve ser perdido; se você piscar, perde coisas fabulosas. Aqui isso não mudou. A cena sombria do modelo vivo sendo desenhado pelos alunos é angustiante; o olhar de Mostow o incomoda porque é invasivo, perscrutador, mas incomoda não só a ele, mas a nós também e a tensão vai crescendo e nos leva a pensar que ele vai explodir a qualquer momento. Eu não pude deixar de lembrar de Gollum, personagem do Sr do Anéis e de Jackyll e Hyde (O médico e o monstro) - nessas histórias, assim como em Grotesco, vemos a ambiguidade, como se dois seres existissem dentro de uma só pessoa e brigassem o tempo todo pelo controle das ações. Ok, a forma é maniqueísta, mas vale muito pela reflexão que possibilita.
Achei interessante a escolha de cores frias, meio azuladas, não só para as cenas iniciais, como para todo o episódio, que além disso, parecia estar sempre na penumbra. Creio que a intenção da fotografia assim colocada foi a de nos transportar para as sensações das pessoas envolvidas no caso, para suas mentes confusas, nebulosas, tateando no escuro, sem pistas seguras ou certeza no caminhar.
Outra coisa fabulosa é a capacidade da equipe de elenco em selecionar pessoas incríveis para seus personagens. Em AX, não só nossos queridos brilham, mas os coadjuvantes também dão brilhantismo a cada história. O que dizer do olhar atormentado e desesperado de Mostow, cujo nome tem uma sonoridade que nos remete à monster/monstro? Ou da expressão cínica e ao mesmo tempo pateticamente desesperada do investigador?
Outro elemento que adorei foi o uso de uma aula de desenho humano como ponto de partida! O que poderia ter sido usado para personificar melhor a discussão do que um desenho de figura humana que vai se transmutando em monstro? Nossa! Perfeito! Este definitivamente é o episódio das metáforas... neste caso, da natureza humana e sua luta constante contra a crueldade, maldade, monstruosidade, que não está no exterior, não é um inimigo externo a si mesma, mas algo que faz parte dessa própria natureza. Ao final do episódio, Mulder vem questionar, numa narração belíssima: a maldade está dentro de todos nós? Ela espera apenas um momento para eclodir? Como lutar contra isso?
Ainda lá no começo, há um take da gárgula em cima do prédio. Outra metáfora incrível, completando o que acabei de dizer e que se liga também ao final: a maldade que nos vigia, espreita dia e noite, sem trégua. Daí nos aflige pensar que os criminosos, sejam de que tipo for, mas os assassinos são feitos da mesma natureza que nós... mas o que nos diferencia? Há algo no DNA, há algo biológico que determine sua natureza violenta? Seria a violência socialmente construída? Uma virada na esquina errada e todo um desenvolvimento seria comprometido. Enquanto a ciência não nos dá respostas seguras, vamos seguindo adiante, nos apoiando do jeito que podemos, formando nossas ideias, mas sempre mantendo a mente aberta à reflexão. São muitas perguntas, poucas respostas... mas acho que foi isso que nos fez virar fãs, não é? [/Nay]
Quotes:
Scully: Você ainda não disse o que estava fazendo no estúdio de Mostow.
Mulder: Eu estava trabalhando.
Scully: Às 3:30 da manhã? Mulder, eu não vi ou falei com você em quase dois dias. Você não retornou minhas chamadas...
Mulder: Isso existe, Scully. É real.
Scully: Isso? Do que você está falando?
Mulder: O que quer que continua a matar estes jovens homens.
Scully: Mostow matou estes homens, Mulder, e uma aliança doente faz com que outra pessoa continue de onde ele parou.
Mulder: Quem me atacou não era uma pessoa.
Scully: Bem, você realmente o vê? Mulder, talvez você está vendo o que você quer ver.
Mulder: O que faz você pensar que eu iria querer ver isso? Eu não imaginei isso, Scully.
---
Mulder: Porque é que isso não me matou como matou os outros? Porque é que me deixou viver?
Mostow: Eu nunca poderia dizer-lhe porquê. Você não entenderia.
Mulder: Então me ajude a entender, John.
Mostow: Por favor! Vá embora.
Mulder: Não. Você tem que me ajudar a ir mais fundo. Você tem que me ajudar a chegar dentro de sua cabeça. Como ele entrou dentro da de vocês, para que eu possa descobrir o que ele quer.
Mostow: Ele sabe o que quer.
Mulder: Ele quer matar inocentes, homens jovens, dividindo suas faces?
Mostow: Você sentiu sua fome ... como seus ossos chacoalharam ao sentir sua respiração congelada ... Então, você sabe ... nada pode ser feito.
Mulder: A não ser que eu o encontre...
Mostow: Então o que você vai fazer?
Mulder: Apenas me diga como encontrá-lo, John.
Mostow: Não!
Mulder: Apenas me diga como encontrar essa coisa.
Mostow: Você não pode encontrá-lo.
Mostow: Só... Ele pode encontrá-lo... Talvez ... ele já o tenha feito.
Direção: Kim Manners
Resumo: Um assassino serial afirma que um espírito maligno foi o responsável por seus atos, e a própria sanidade mental de Mulder é questionada enquanto os assassinatos continuam.
Comentários:
[Starbuck] A terceira temporada (juntamente com a quarta) é uma das minhas preferidas. Talvez seja a preferida (juntamente com a quarta). Esse episódio é espetacular. Tudo nele é bom. Na minha opinião é uma das melhores interpretações do David em XF. A fotografia em XF sempre me chamou a atenção, mas em grotesco, home e Prometeu Pós-Moderno a coisa adquire um requinte sem igual... belíssima. Por que temos que assistir grotesco várias e várias vezes?
- porque é um episódio de AX...
- porque tem gárgulas. E o carinha lá da ex-URSS que é acusado de ser um serial-killer afirma que mata porque ELA (a gárgula) o instiga, ou melhor, ela determina isso. Daí o cara é preso, já que é evidente sua culpa, então um novo crime acontece... e ele diz que a COISA encontrou um novo escravo... E é aí que começa o suspense do episódio, um dos melhores suspenses (em minha opinião) que teve em XF.
- porque tem um antigo mentor do Mulder (Yeahhh.. todo mundo tem um mestre Yoda em sua vida). Esse cara ensinou o Mulder a entrar na mente do monstro para compreendê-lo e, assim, capturá-lo. O problema é: o quanto do monstro você traz consigo depois de passar uma temporada em sua mente??? (e é essa a pergunta que permeia todo o episódio) - porque vimos um Mulder fragilizado pela tentativa de compreender o demônio, ainda mais que ele é extremamente sensível e estava vendo (meio que sem compreender) o demônio no lugar menos provável (mas, ele é Mulder... se ele sente algo, é melhor darmos a devida atenção, por menos provável que seja).
- porque temos a scully percebendo o quanto o caso está mexendo com a mente do Mulder. Ao vê-lo no apart. 42 (o portal do universo)... envolto de gárgulas, meio moribundo... levando a sério os ensinamentos do seu mestre... ela fica realmente preocupada. O lance do Mulder dormindo com aqueles recortes de gárgulas só não é mais sombrio do que a Gillian levar a lápide da Scully para o seu escritório em Londres... COOL. É impressão minha ou todo psicopata foi uma criança frustrada no jardim de infância? Vocês já perceberam como quase todos os psicopatas de filmes ou da TV gostam de fazer recortes... aff...
- E porque temos Mulder mostrando que um discípulo pode superar seu mestre. E mesmo extremamente fragilizado, ainda é o Mulder que é o dono da situação, ele ainda é maior que os monstros que ele procura (com uma rede de caçar borboletas, sorry... lembrei de The Truth... adoro essa frase).
- Eis então o desfecho... o mestre torna-se o monstro. E tem o melhor monólogo dito pelo Mulder (sim... para mim, esse é melhor que o de Libertação II):
"Nós trabalhamos no escuro. Fazemos o que podemos para derrotar o mal que de outro modo nos destruiria. Mas se o caráter de um homem é o seu destino, essa luta não é uma escolha, mas um chamado. Contudo, às vezes o peso dessa tarefa nos leva a vacilar, fendendo a frágil fortaleza da nossa mente, permitindo aos monstros de fora entrarem, e nós somos deixados sozinhos, olhando para o abismo. Para a face risível da loucura".
PERFEITO!!!
PS:
Porque a gente merece!!!
[/Starbuck]
[Josi] Eu A-M-O esse episódio. É sem sombra de dúvidas o melhor da terceira temporada. Senão de toda a série... Agora mesmo, eu não lembro de outro melhor. Ele me perturbou tanto que eu não consegui vê-lo de uma vez só na primeira vez... na metade, eu parei e fui tomar um fôlego. Aí sim, voltei pra ver o resto.
Acho que esse foi o episódio de Mulder/DD como Beyond the Sea foi o de Scully/GA. Interpretações maravilhosas!
Odeio ver Mulder fragilizado. E na primeira vez em que eu assisti a esse episódio foi assim que eu o percebi. E isto é algo que me afeta de verdade. Mesmo sabendo que depois ele voltaria para o próximo episódio firme e forte, eu ainda tive medo de que ele sucumbisse ao monstro que ele procurava...
No entanto, já na segunda vez que eu o assisti, minhas impressões já sofreram algumas alterações. Na primeira vez, eu estava morrendo de medo pelo que poderia acontecer a Mulder, ou seja, eu compartilhava dos medos da Scully.
Desta outra vez, eu prestei mais atenção à forma com que o Mulder conduziu a investigação e percebi que não havia muitos motivos para se ter medo. Ele sabia o que estava fazendo. Ele mergulhou na mente do assassino ou no que estava fazendo aquelas pessoas matarem, mas não se deixou macular por aquilo. Tanto que quando o Petterson o surpreende no estúdio com o parceiro morto, Mulder estava normal e controlado (todos sabemos como ele fica quando está descontrolado).
O que assusta a gente (e a Scully, já que ela nunca tinha visto isso antes) é que ele realmente mergulha no caso de corpo inteiro e, para isso, se isola de tudo e todos. Vejam bem: mesmo ele entrando na mente do cara e pensando e sentindo como ele, ele (aparentemente) não sofreu nenhuma influência do mal em sua própria mente... Pelo menos, nenhuma com a qual ele não pudesse lidar.
E a resposta para o fato da loucura não atingi-lo também vem no final pelas próprias palavras de Mulder: "Mas se o caráter de um homem é o seu destino, essa luta não é uma escolha, mas um chamado".
E Mulder tem um caráter indubitavelmente bondoso. E é isso que eu mais amo em Mulder: ele tem uma bondade que salta aos olhos... lindo... Acho que por isso eles nunca conseguem uma prova de alguma coisa... Eles estão sempre buscando acabar com um mal, deter um assassino, salvar a alguém... Daí, depois que eles conseguem o primeiro intento, é que olham ao redor pra ver se restou algo pra comprovar suas teorias.
Mulder: "Seria o demônio algo nascido de cada um de nós? Encolhido nas sombras de cada alma humana esperando para emergir? Um monstro esperando para violar nossos corpos e trocar nossa vontade para fazer o que ele mandar? É este monstro que é chamado de loucura?"
Essa parte me deixa toda arrepiada... e casa mais ou menos com a ideia de Empendocles... no outro episódio a ideia era de que o mal pulava de pessoa em pessoa esperando uma brecha... uma hora em que a gente fica fraco e vulnerável... "A hora do demônio é a nossa eternidade".
Mas acho que uma ideia complementa a outra... e não deixa de ser muito perturbador...
Também tenho uma certa simpatia estranha por gárgulas. Elas são obras sempre ligadas ao obscuro e, segundo Mulder mesmo diz, elas eram construídas como uma forma de guardar o lugar contra o mal...
Gente... mas acho muito engraçado a Scully se assustando com o gato e depois sem querer entrar no estúdio escondido do quarto do suspeito... Ela fica muito bem na porta perguntando as coisas pra Mulder... :)
É mesmo assustador ver Mulder se distanciando e entrando dentro de tanta escuridão.
Scully perturbada ao ver o apartamento de Mulder...
Scully, iradíssima porque acha que o ex-mentor de Mulder está se aproveitando dele... Amo como ela vai até lá tomar satisfações... querendo saber o por quê do Petterson querer Mulder no caso. Caso este que tanto estava perturbando o seu parceiro.
E, claro que, neste episódio, apesar de eu não ter notado nenhuma piadinha de Mulder (Tadinho... ele tava mesmo fora de órbita...), tem sim um detalhe shiper:
Scully liga pra um telefone qualquer que deixam na secretária eletrônica dela...
Mulder: Hello?
Scully: Mulder?
Mulder: Scully?
Tão fofo... ela reconhece a voz dele por um simples "alô"...
Raramente eu tenho vontade de bater na Scully, mas isto vem a minha mente quando ela entra no estúdio do Mostow e ao ver Mulder apontando a arma para Petterson, se coloca contra o parceiro. Claro que eu ainda louvo a imparcialidade (Oi??? Até parece q ela tava pensando no outro cara... ela não queria era que Mulder se ferrasse com isso!) e a coragem dela no momento... mas... poxa, Scully!
O final, com Petterson preso e desesperado, me mete muito medo... me faz pensar: até onde estamos imunizados contra o mal? Como podemos nos defender da loucura e deste tipo de maldade que se aproveita de minimiza nossa força de vontade para nos destruir?
E o discurso final de Mulder não me leva a pensar apenas no sobrenatural, mas no nosso dia-a-dia mesmo. Nesses policiais e outros profissionais que lidam diariamente com a feiúra de nosso mundo e muitas vezes se acham ali desprotegidos e despreparados. O quanto podemos culpá-los quando eles sucumbem diante de algo muito mais forte do que eles? Será que quem os manda até ali e não lhe dão outras escolhas não seriam mais culpados? Será que nós mesmos não somos um pouco culpados pela nossa inércia? [/Josi]
Essa expressão de Scully, as lágrimas "penduradas" nos olhos, de preocupação com o parceiro, é tão forte que é o que eu sempre me lembro primeiro quando recordo do episódio. [Cleide]
Lembro que a primeira vez que vi este episódio, há anos atrás, fiquei morrendo de medo. Ainda hoje, fecho os olhos em algumas cenas. Aliás, as vítimas tinham a boca cortada de orelha a orelha, o que me lembrou o Coringa, que me lembrou a Diana boca de palhaço. Será que ela também foi uma das vítimas? Mas, sinceramente, adoro este episódio! Mulder entre a loucura e a sanidade... [Ariana]
[Nay] Assistir Grotesco foi um presente que me ajudou a pensar na monografia que começo a desenvolver, relacionada à doença mental e séries de TV. Dizer que este episódio é muito bom é não somente repetição, uma redundância, quando se trata de falar de AX, como também é economizar palavras para descrever uma produção tão bem feita.
Usando elementos simples, sem grandes efeitos ou coisas mirabolantes, Grotesco nos apresenta dois grandes medos da humanidade: a loucura e o demônio. E como esses dois temas andaram e continuam a andar de mãos dadas até hoje, não é?
São dois temas caros para mim, na medida em que ambos apontam para o risco de perda do controle sobre nossas ações e, a possibilidade de atuações violentas. O episódio inteiro discute isso: até que ponto estamos no controle de nossas ações? Quem somos nós? Do que somos capazes? O que motiva nossas ações? Qual a distância que separa sanidade e loucura? O mal existe? Onde? Em nós? No outro? Entre nós?
Desde o episódio piloto, soubemos que o início de cada episódio de AX não pode nem deve ser perdido; se você piscar, perde coisas fabulosas. Aqui isso não mudou. A cena sombria do modelo vivo sendo desenhado pelos alunos é angustiante; o olhar de Mostow o incomoda porque é invasivo, perscrutador, mas incomoda não só a ele, mas a nós também e a tensão vai crescendo e nos leva a pensar que ele vai explodir a qualquer momento. Eu não pude deixar de lembrar de Gollum, personagem do Sr do Anéis e de Jackyll e Hyde (O médico e o monstro) - nessas histórias, assim como em Grotesco, vemos a ambiguidade, como se dois seres existissem dentro de uma só pessoa e brigassem o tempo todo pelo controle das ações. Ok, a forma é maniqueísta, mas vale muito pela reflexão que possibilita.
Achei interessante a escolha de cores frias, meio azuladas, não só para as cenas iniciais, como para todo o episódio, que além disso, parecia estar sempre na penumbra. Creio que a intenção da fotografia assim colocada foi a de nos transportar para as sensações das pessoas envolvidas no caso, para suas mentes confusas, nebulosas, tateando no escuro, sem pistas seguras ou certeza no caminhar.
Outra coisa fabulosa é a capacidade da equipe de elenco em selecionar pessoas incríveis para seus personagens. Em AX, não só nossos queridos brilham, mas os coadjuvantes também dão brilhantismo a cada história. O que dizer do olhar atormentado e desesperado de Mostow, cujo nome tem uma sonoridade que nos remete à monster/monstro? Ou da expressão cínica e ao mesmo tempo pateticamente desesperada do investigador?
Outro elemento que adorei foi o uso de uma aula de desenho humano como ponto de partida! O que poderia ter sido usado para personificar melhor a discussão do que um desenho de figura humana que vai se transmutando em monstro? Nossa! Perfeito! Este definitivamente é o episódio das metáforas... neste caso, da natureza humana e sua luta constante contra a crueldade, maldade, monstruosidade, que não está no exterior, não é um inimigo externo a si mesma, mas algo que faz parte dessa própria natureza. Ao final do episódio, Mulder vem questionar, numa narração belíssima: a maldade está dentro de todos nós? Ela espera apenas um momento para eclodir? Como lutar contra isso?
Ainda lá no começo, há um take da gárgula em cima do prédio. Outra metáfora incrível, completando o que acabei de dizer e que se liga também ao final: a maldade que nos vigia, espreita dia e noite, sem trégua. Daí nos aflige pensar que os criminosos, sejam de que tipo for, mas os assassinos são feitos da mesma natureza que nós... mas o que nos diferencia? Há algo no DNA, há algo biológico que determine sua natureza violenta? Seria a violência socialmente construída? Uma virada na esquina errada e todo um desenvolvimento seria comprometido. Enquanto a ciência não nos dá respostas seguras, vamos seguindo adiante, nos apoiando do jeito que podemos, formando nossas ideias, mas sempre mantendo a mente aberta à reflexão. São muitas perguntas, poucas respostas... mas acho que foi isso que nos fez virar fãs, não é? [/Nay]
Quotes:
Scully: Você ainda não disse o que estava fazendo no estúdio de Mostow.
Mulder: Eu estava trabalhando.
Scully: Às 3:30 da manhã? Mulder, eu não vi ou falei com você em quase dois dias. Você não retornou minhas chamadas...
Mulder: Isso existe, Scully. É real.
Scully: Isso? Do que você está falando?
Mulder: O que quer que continua a matar estes jovens homens.
Scully: Mostow matou estes homens, Mulder, e uma aliança doente faz com que outra pessoa continue de onde ele parou.
Mulder: Quem me atacou não era uma pessoa.
Scully: Bem, você realmente o vê? Mulder, talvez você está vendo o que você quer ver.
Mulder: O que faz você pensar que eu iria querer ver isso? Eu não imaginei isso, Scully.
---
Mulder: Porque é que isso não me matou como matou os outros? Porque é que me deixou viver?
Mostow: Eu nunca poderia dizer-lhe porquê. Você não entenderia.
Mulder: Então me ajude a entender, John.
Mostow: Por favor! Vá embora.
Mulder: Não. Você tem que me ajudar a ir mais fundo. Você tem que me ajudar a chegar dentro de sua cabeça. Como ele entrou dentro da de vocês, para que eu possa descobrir o que ele quer.
Mostow: Ele sabe o que quer.
Mulder: Ele quer matar inocentes, homens jovens, dividindo suas faces?
Mostow: Você sentiu sua fome ... como seus ossos chacoalharam ao sentir sua respiração congelada ... Então, você sabe ... nada pode ser feito.
Mulder: A não ser que eu o encontre...
Mostow: Então o que você vai fazer?
Mulder: Apenas me diga como encontrá-lo, John.
Mostow: Não!
Mulder: Apenas me diga como encontrar essa coisa.
Mostow: Você não pode encontrá-lo.
Mostow: Só... Ele pode encontrá-lo... Talvez ... ele já o tenha feito.
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8 comentários:
é serio esse negocio da GA ter a lápide da Scully na casa dela!??????????????????????????????????
Sempre gostei muito desse episódio apesar do medo que senti na primeira vez que o vi, pensava até onde Mulder poderia enfrentar a escuridão...sozinho.
Me senti tão perdida como Scully, a cena que ela solta os cachorros no tal Patersson me fez admira-la muito mais...era Mulder e como ela não podia domina-lo ela sai gritando com todos.Esse jeito que ela tem de defende-lo sempre faz a diferença !!!
Mas, vale a pena enfrentar o medo e assistir várias vezes, como Home é um dos meus prediletos e é Ax!
Sobre Grotesco... episódio muito forte, mistura uma série de sensações: medo do desconhecido, medo do mal – mais do que do mal causado por outras pessoas, do mal que mora dentro de nós mesmos - da loucura – até que ponto podemos claramente ter certeza da nossa sanidade e das pessoas próximas a nós, aparentemente “normais”? Um momento marcante relacionado a isto é qdo a Scully chega no apto do Mulder e vê os desenhos das gárgulas por todos os lados e fica assustada ao ver como ele está imerso no caso...
E como sempre, vcs conseguiram na narrativa do episódio retratar esta mistura de sensações de forma rica, passando para a escrita aquilo que a gente sente, mas tem dificuldade de descrever... Parabéns mais uma vez!
E... que história é esta da Gillian e da lápide da Scully???
Olá pessoal!
Encontrei por acaso este site na net e AMEI!!!
É maravilhosa a maneira como as palavras são colocadas na descrição dos episódios da série e principalmente em relação aos nosso dois queridos!
Sou apaixonada por XF desde criança, tenho todas as temporadas, que por acaso,já assisti várias vezes...principalmente as mais shippers, é claro!
Parabéns pelo site! Está um espetáculo!
Bjos.
Qto à lápide da Scully... quem sabe disso é a Star! kkkkkkkkk
"Esse jeito que ela tem de defende-lo sempre faz a diferença !!!" - pois é, Yanne. Amo essa forma deles serem tão parceiros... até o fim!
"até que ponto podemos claramente ter certeza da nossa sanidade e das pessoas próximas a nós, aparentemente “normais”?" - by Pri. Nunca tinha pensado por este ângulo... mas é mesmo... não apenas é difícil qdo a gente sente q foi acometido pelo mal... mas... ver as pessoas próximas caindo tb não é nada fácil.
Olá Gisele! Obrigada!!! E apareça mais para comentar com a gente! :D
Beijos pessoas!
Adoro "Grotesque" porque mostra Mulder muito spooky e piradão, deixando a Scully perplexa.Tb gosto da mesma situação de loucura que ocorre em "Grampeados", mas com Scully surtada e ele preocupadíssimo. No mais, acho Mulder muito sexy quando fica fora do eixo...
Eu concordo que esse ep é para a Scully o que grampeados foi para Mulder... mas definitivamente nao é para mulder o que grampeados foi para scully.
Ok... pode ter ficado confuso, explicarei. rs
Assim... Em Grampeados Scully foi "drogada" sem que ela soubesse... Aqui Mulder não tá nem um pouco drogado... eu poderia dizer que ele entrou num estado de lucidez tão grande que ele não conseguiria deixar outras pessoas se aproximarem pq quebraria a concentração dele.
Nossa... sou fascinada por esse episódio... pela forma como Mulder se afunda em si mesmo e desvenda o caso sem se deixar ser acometido pela loucura (ou.... como preferir... pelo tal demônio...).
Enfim... eu gosto de dizer que este é o meu ep. rs
:*
Josi.
Tenso esse episódio... Fiquei realmente com medo do que poderia acontecer com o Mulder. Naquela parte no final quando ele retorna ao estúdio do Mostow e encontra um braço decepado junto com as coisas do parceiro do Patterson, e a Scully liga perguntando onde tá o cara e o Mulder responde meio atordoado que não sabe... paralisei, achei que realmente o Mulder tinha sucumbido ao monstro, matado o cara e não lembrava... mas logo depois descobrimos o que aconteceu e tive outra surpresa pois não imaginava que era o Patterson, apesar de duvidar das intenções dele desdo o início. Então foi meio que imprevisível pra mim... gosto quando isso acontece. Esse é um daqueles episódios que faz você querer assistir de novo logo quando termina... perfeito!
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