domingo, 13 de fevereiro de 2011

03X20 - Jose Chung's From Outer Space (Do espaço sideral)

Roteiro: Darin Morgan - O FLUKEMAN
Direção: Rob Bowman

Resumo: Scully relata a um famoso escritor um dos casos investigados por ela e seu parceiro.



Comentários:

[Josi] "How the hell should I know?"

Eu não acho que alguém possa se considerar excer sem amar loucamente esse episódio. É totalmente Arquivo X mostrar, dentro do bizarro, a poesia; colocar, justamente no lugar mais improvável, a beleza e a bondade. Este episódio é tão absurdamente fantástico que eu nem sei por onde começar a comentar.

"Jose Chung's from out space" expõe todas as formas como a ideia de alienígenas pode ser desacreditada e levada ao ridículo e mesmo assim, ou justamente por isso, cresce a nossa capacidade em acreditar na verdade que a série propõe.

Logo de início, somos levados a acreditar que este seria um episódio comum de aliens e OVNIs, mas parecia haver algo estranho. Então, aparece o casal sendo abduzido, mas por que mesmo que eles têm que ser carregados daquela maneira? Onde estaria a luz forte e os corpos sendo levitados? É aí que ele aparece! Lorde Kimbote! E o que você pensa? "O que diabos é isso". Mas peraí? Não foi exatamente o que o "alien" perguntou? E para a nossa surpresa o outro responde: "Como diabos eu vou saber?".

Assim temos um dos melhores teasers da série.

Daí pra frente somos apresentados, através da "versão da realidade" da Scully - notem como desta vez ela realmente conta a história corretamente, diferentemente o que ela fará mais à frente em Bad Blood -, ao processo de investigação de uma suporta abdução.

Anotem uma coisa preciosa: a verdade está nos pequenos detalhes.

Enquanto a visão macro é sempre distorcida, uma frase aqui, um fato acolá vai nos guiando para nos mostrar o que talvez possa realmente ter acontecido.

Scully de tiete é muito mais fofa (e contida... oremos!) do que Mulder não é? rsrs




Err...






E pra sempre eu vou lembrar da Star quando eu ver o alien (que não era um alien realmente...) fumando, se balançando e repetindo "This is not happening"...

Adoro a cena do garoto querendo dar uma de corajoso, de "big macho man", mas na hora do vamos ver se encolhendo todo num canto! E ele se irritando com o pobre "ET"? Acho que o ET deve ter pensado "garoto, caso você não tenha percebido, estou tão ferrado quanto você!".

Não saiam correndo, ok? Eu realmente não resisti...
OMG! Fazendo biquinho! Oooooown...




Scully: "Mulder não descarta nada tão facilmente." - Pobre Scully... Mas ele tá certo, fia... devia haver algo de real naquele... err... script. Afinal, depois o garoto que foi "abduzido" fala de Lorde Kimbote (M-E-D-O).

E Scully novamente chama Mulder de doido. ;-) O que seria de nós se nosso querido não fosse meio maluquinho?




A descrição do carinha metido a ufólogo é de matar qualquer um! (de rir, claro)


Gente... eu adoro quando repetem os personagens na série... E Mr Yappi é o fim!!!  Scully "ama" esse cara! E acho que eu já vi aquele policial que tinha o "vocabulário colorido" em algum lugar... :/


Aff... Mas também pra esse maníaco covarde todo mundo o ameaça... :P Se ele não recorresse ao "ROSWELLLLL ROSWELLLLLLLL" tão hilariamente sempre que possível, eu mesma o ameaçaria. rs


Enfim, até o policial-boca-suja fica mudo diante do circo armado pelos militares para esconder o que realmente teria acontecido.

Outra coisa legal deste episódio é podermos ver como é que Mulder e Scully trabalham, como eles têm que unir diversas versões diferentes de pessoas diferentes. Pessoas que têm suas versões alteradas pelo medo, pelo interesse pessoal ou mesmo por terceiros. É disso que eles têm que retirar uma verdade. E só podemos ficar surpresos quando a Scully diz ao final: "isso é até mais do que temos na maioria dos casos".

E no final, temos uma cena do mesmo casal do início fechando o ciclo... e o brilhante monólogo final do qual eu retiro uma pequena amostra:

"Ainda há aqueles que não se importam com ETs. Que buscam encontrar a sabedoria em outros seres humanos. Raros e sortudos são os que conseguem." [/Josi]



[Starbuck] DARIN MORGAN É UM GÊNIO!!!

Este foi o primeiro episódio que assisti de XF, logo todos meus devaneios estão perdoados.

Primeiro, se você quer ter certeza que alguém vai se tornar um autêntico EXCER, acompanhe-o assistindo a esse episódio, pois se ele sobreviver a um ET fumando, ao "this is not happening", ao gritinho fino do Mulder, ao careca gritando "roswell, roswell", aos homens de preto, à cara de drogada da Scully na cama do motel, então ele pode acompanhar qualquer coisa que virá a seguir. Poderá até num futuro próximo abrir um tópico denominado "William II - A revolta dos RSF" e construir uma nova mitologia.

Ao final do episódio uma pergunta fica em sua mente: seja lá o que o Darin Morgan fumou, cheirou ou bebeu, você também quer!!!

Lembro-me de ter assistido aos bastidores da terceira temporada e visto o Rob Bowman dizer que teve que fazer várias leituras do script para compreendê-lo, se é que de fato ele o tenha compreendido. Se a verdade está lá fora nos outros episódios, nesse ela está em outra dimensão e haja teoria das cordas (e uma psique conturbada como a do FatherJoe.Teletubies) para trazê-la à tona.

O que é verdade em Do espaço sideral? Talvez a melhor resposta a essa pergunta seja uma das frases do José chung: "A verdade é tão subjetiva quanto a realidade."

Ou seja, depende da pílula que você tomou (Matrix) ou do coelho que você seguiu (Alice) ou até mesmo da baleia que te ingeriu (Mobydick ou a Bíblia - Jonas).

Mais do que saber se os adolescentes fizeram o "lance bíblico" ou foram abduzidos por alienígenas, o interessante é observar todas as situações e mitos em torno de ETs e conspirações governamentais que foram homenageadas ou puramente sacaneadas nesse episódio.

Coisas que amo em “Do Espaço sideral”:

- A cena do teaser, pois ela nos faz pensar erroneamente que estamos acompanhando a trajetória de uma nave, como acontece no início de Star Wars (um dos três que tem o Han solo, óbvio), e na verdade é apenas o equipamento do eletricista erguendo-os ao topo do poste.

- O ET fumando. Lembro-me que estava toda concentrada assistindo ao episódio, até tensa pelo lance da hipnose, da música, do clima e tal. Então o Mulder pergunta super sério o que o ET estava fazendo, daí aparece a imagem do homenzinho cinza fumando... rs rs rs.. ok... COOL.

- This is not happening.... Em XF isso não é apenas uma frase, é um hino, um mantra, a frase da nossa lápide, a representação máxima da nossa negação perante o absurdo, a... ok... vocês entenderam ;)

- Roswell... Roswell!!!!... Adoro os gritos em desespero do careca. Todos os ufólogos enlouquecidos deste pálido ponto azul foram representados por esse cara e devem ter ficados ou lisonjeados ou muito fulas da vida por causa disso.

Esse personagem nos dá um dos melhores momentos do episódio:

A descrição antológica de Mulder e Scully.

“As próprias autoridades apareceram com dois Homens de Preto. Um deles estava disfarçado de mulher, e não muito bem. Quero dizer, seu cabelo era vermelho, mas um pouco vermelho demais, entende? E o outro – o altão, meio desajeitado – seu rosto era tão inexpressivo que nem parecia humano. Acho que era um androide.”

Aqui, o Morgan brincou com a crítica que faziam à interpretação do David na época. Lembro-me que saiu em algumas revistas especializadas a respeito do quão inexpressivo ele era em cena. 

Mais tarde ele ganhou o Golden Globe e sua face de androide se tornou lenda.

- Como se não bastasse o fã alucinado de ETs, ainda temos o roteirista frustrado que jura ter tido um contado imediato com os Homens de Preto. O que o MIB fala para ele também merece ser transcrito:

“Os cientistas ainda têm de descobrir como a teia neurológica cria a autoconsciência, e ainda como o cérebro humano processa imagens duo-dimensionais dentro do fenômeno tridimensional que é a percepção. Ainda assim você declara que ver é crer?”

É nesse momento que a gente levanta e grita: Darin Morgan, seu flukeman, você devia ter escrito uns 20 episódios (no mínimo)!!!!

- O delegado Manners (numa homenagem ao Kim...saudades ). Notem que ele não fala uma frase sem um palavrão. rs rs 

- a cara da Scully quando acorda no quarto do Motel e avista o Mulder no sofá...

- o gritinho de menina do Mulder.

- A autópsia do ET fake (que foi uma alusão a um vídeo que passou em todos os programas de TV na época).

- A expressão do Chung quando Scully acordou e Mulder estava em seu quarto.





- A Scully sentadinha na escrivaninha do Mulder se sentindo a dona do pedaço. Mais tarde ela vai entender que nunca chegou a ter uma escrivaninha e sairá pela noite fazendo tatuagens e coisas estranhas com homens que mata testemunhas de Jeová e as incinera na calada da noite.

- E o monólogo final do José Chung. Na época que assisti a esse episódio, ainda existiam aqueles objetos rudimentares chamados “fita de vídeo”. Então, mesmo sem saber que tipo de programa era aquele, sem entender porque um ET fumava, peguei a primeira fita que encontrei e gravei o restante do episódio. Assim, pude transcrever o monólogo.

A frase final do José Chung  foi colada no mural do meu quarto e lá permanece e continuará por mais tempo que minha sanidade é capaz de calcular e projetar:

“Embora talvez não estejamos sozinhos no universo, segundo a maneira de ser de cada um de nós, neste planeta, estamos todos... sozinhos.”

O tom melancólico da música de abertura (num acorde feito especialmente para esse episódio) finaliza a história e nos faz acreditar que temos algo em comum com tudo aquilo: somos aliens. [/Starbuck]

Quotes:

"Você já viu algum OVNI por essa região?"

"Você já experimentou um período de tempo perdido?"

"Você já teve a suspeita de ter sido sequestrado por aliens?"

"Você já encontrou algum implante metálico em seu corpo?"

"Você checou em todos os lugares?"

Outras imagens de Jose Chung's From Outer Space:

Lorde Kimbote

O personagem-título

Scully acordando desorientada com Mulder em seu quarto

Scully lendo seu livro. Provavelmente um de seus favoritos. Provavelmente Mulder odeia vê-la lendo isso.

Bom... só... ahn... (Ninguém precisa mais de legenda, né? Ufa!)

18 comentários:

Unknown disse...

Deu vontade de ver de novo. Tantos detalhes, Mulder fazendo beicinho,Mulder sem camisa...

Yanne disse...

Faz tempo que não vejo esse episódio, mas foi muito bom ver com os olhos de vocês....

Como sempre algumas risadas e outros suspiros!!!!(Mulder sem camisa)....

Gisele disse...

Particularmente, quando assisti ao episódio pela primeira vez fiquei chocada! São muitas informações deturbadas, irreais, até mesmo à nível de AX.

Mas, depois fui captando o verdadeiro sentido deste episódio, que era realmente brincar com nossas mentes, fazer com que os devaneios de alguns, se tornassem realidades para outros, demonstrando as várias interpretações que o tema oferece.

Uma palavra para descrever o episódio: Brilhante, do início ao fim!

Fico decepcionada quando vejo alguns comentários de eXcers a respeito deste episódio, o classificando como "trash". Acredito que esses realmente não conseguiram compreender a verdadeira essência que é apresentada no episódio, o jogo entre o fantástico e o absurdo, as diferentes conotações entre a "verdade" e o ridículo...

Enfim, pobres almas que não conseguiram viajar neste louco e mágico universo do espaço sideral!

Minha Terra disse...

Darin Morgan é um gênio, esse episódio extrapola em tudo o que se refere a x file...asas a imaginação...perfeito, e concordo, Mulder fazendo beicinho, Mulder sem camisa assistindo documentário do bigfoot....kkkk...quantos pedaços de torta ele comeu mesmo? As caras e bocas do Shung em vista da narrativa da Scully...é o que chamo de humor inteligente, reví o episódio há dois dias, é realmente muito bom...

SofiaV disse...

Adoro esse episodio,scully:"Mulder, you're Nuts!"
Eles brincam com o próprio slogan da série a "verdade", e como ela muda e se reinventa partir dos olhos de quem a vê.
:)
Parabéns seus posts são muito bons !

Josilene disse...

Obrigada pelos comentários e elogios, meninas! :)

Mas com um ep desses, não tem erro... bom demais! Quem não viu de novo ainda, veja! Vale muito a pena! ;-)

Anônimo disse...

Muito massa esse episódio, prefiro os
ep. tradicionais, mas este foi mto engraçado, mulder comendo as tortas o nerd metido a ufólogo sendo ameaçado pela scully,muito manero; saiu totalmente da linha.
Manera é a conclusão do ep., Que o jose chung vai narrando.wbs.

Anônimo disse...

wbs.- A mensagem é muito boa, mas o ep. é muito engraçado, algumas coisas
até da pra se entender(como se fosse
pra entender algo), como ET fumando,
que eu achei que fosse o piloto aqule
pois ambos falam a mesma coisa e fumam.
Mto. Bala.
Legal os ET falando no começo e aque-
le troço que pareçe uma espaçonave.

Anônimo disse...

Esse episódio é uma obra de arte...
Mesmo em seu tom irônico e engraçado, a poesia que se tira dele é incrível...Vai no cerne da nossa condição de humanidade e crenças...

JotaPêAh! disse...

Tem umas partes engraçadas, mas, para mim, esse é o pior episódio até agora (estou assistindo todos na sequência). Em segundo vem aquele dos gatos assassinos, e em terceiro o das baratas.

Josilene disse...

"o pior episódio"

ok... eu entendo e respeito, mas... Desculpa mas...

asçjdsjdoshogfgfdçisgfdsigfdfgsldjaslhdçfgigfidfgdifgdifgdiufguff o pior.. omg... no nono....sdjoadoadaodhsodsifjdfdffmdI can't... sdjsjdojdojdsodjsodssaassaskjdkjd

ok ok... como assim pior? esse ep é tão... tão... mas tão AX! sniff

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Anons fofos: *abraços*

O terceiro anon especialmente! Amei! *.*

Hello Mr. Computer disse...

"Pior episódio"???
Além da falta de sensibilidade (esse episódio é muito carregado. Há questões filosóficas, no que diz respeito à condição do que é, ou, não ser humano), percebe-se a falta de perspectiva nesse comentário...
Sem querer faltar com o respeito, mas já faltando: MANO!!!! Como você diz isso???? Esse episódio foi premiado...é, de fato, uma obra de arte...

Enfim, é um dos meus episódios favoritos

Elizabeth disse...

Dizem que saber rir de si mesmo é uma arte. Acho que Darin Morgan deve concordar com isso porque escreveu esse ep mágico, com todas a poesia que ele carrega, mas não deixou de zoar com todos os ícones relacionados a visões de aliens, OVNI's, distorção da verdade/realidade/fantasia/alucinação/embuste e tb com a própria AX (sobrou até pra cor de cabelo da GA e a habilidade dramática de DD rs). O cara brinca até com a estética de séries sobre aliens, como a jurássica "Os Invasores", com o grotesco Lorde Kinbote (tem um monte deles em "Os Invasores"), carros vintage, casais sozinhos no carro, no meio da estrada... Como se não bastasse esse roteiro, ainda tem o monólogo do Chung no fim, resumindo todas as mensagens subliminares do Darin nesse ep. Pra mim, é inesquecível a frase final, pinçada por Starbuck:
“Embora talvez não estejamos sozinhos no universo, segundo a maneira de ser de cada um de nós, neste planeta, estamos todos... sozinhos.” É de uma beleza ímpar!!!

Josilene disse...

Esse episódio é poesia pura!

"saber rir de si mesmo é uma arte." [2]

Michael disse...

Acho que é um grande episódio mesmo; do ponto de vista da estrutura narrativa é o mais longe que a série conseguiu ir até então, é a primeira vez que existe uma desconstrução/desfragmentação da história por puro exercício de linguagem, é você levar tudo - ou quase tudo - a um panorama em que se torne igualmente absurdo, fazendo com que a tal busca da verdade, tão o mote de Arquivo X, seja mais impossível do que nunca.

Josilene disse...

Verdade, michael... eles colocam de tal forma que vc como todo o tema é ridicularizado e pq mas ao mesmo tempo mostra como tem sim algo mal contado dentro dessa história (aliens + governo).

Natália disse...

Episodio perfeito! Legal observar na cena de hipnose da menina, quando ela tá lembrando dos alienígenas e no momento seguinte aparecem Mulder, Scully, o investigador e o hipnotizador na sala, na mesma posição em que estão os aliens que ela tá relembrando. Aí vc fica pensando se ela realmente tá relembrando ou apenas criando falsas memórias como a Scully sugere.

Durante todo o episódio é mostrado como a interpretação da realidade é subjetiva, tanto os personagens quanto o público que assiste o episódio interpretam os fatos de uma maneira diferente. Genial esse episódio!

Lone Gunman disse...

Só uma curiosidade: a capa do livro do José Chung, que a Scully aparece lendo, é uma paródia ao livro "Comunion", do escritor Whitney Strieber. Bom, mas, é claro, nesse o ET não está fumando...