Relacionamento Mulder & Scully - Terceira Temporada

A terceira temporada se iniciou de forma trágica para ambos os protagonistas de Arquivo X. O alívio de Scully por ter o seu parceiro de volta, são e salvo, rapidamente cede lugar à angústia diante da notícia de que sua irmã havia sido baleada em seu lugar. Mulder já havia perdido seu pai e recebemos, junto com a Scully, a notícia de que Melissa não tinha resistido. É sempre difícil perder um ente querido, ainda mais da forma trágica como lhes aconteceu.


Se, além do compromisso com a verdade, tais perdas contribuíram para deixar Mulder e Scully ainda mais unidos... ainda não podemos saber à esta altura, mas o fato é que mais e mais eles percebem que só podem contar um com o outro. A constatação de que não poderia estar tão ligada aos familiares, a fim de que estes não sofressem as conseqüências de sua perigosa profissão veio de modo claro e doloroso, porém necessário. E Mulder... bom... a Mulder, simbolicamente e afetivamente falando, quase não resta mais ninguém. Sua mãe, assim como seu pai, mostra-se uma mulher um tanto quanto distante.


Uma das coisas mais surpreendentes em Arquivo X (e olhe que há mesmo muitas coisas surpreendentes nessa série!) é o fato de uma pessoa cujo histórico revela repetidos episódios de traição por outrem, depositar tamanha confiança na parceira. E curiosamente isso se torna ainda mais incrível agora que conhecemos mais um e outro e sabemos o quanto seus pensamentos são divergentes. As crenças de Mulder e Scully são tão opostas que podemos chamar de milagre o fato de conviverem tão bem. Ok, nesse ponto alguns de vocês podem arquear a sobrancelha e dizer: ei, mas e as discussões? E aí nós lembramos o Rappa: “paz sem voz não é paz, é medo”. Sim, eles discutem, debatem, afirmam e reafirmam seus pontos de vista, mas o fazem com um respeito mútuo invejável. E mais: mostram necessitar da presença, dos conselhos e da visão de mundo do outro para seguir em frente. Fora que as briguinhas e birras deles dois também são muito divertidas de se ver!


E o que nós sentimos é que nesta temporada eles parecem estar ainda mais ligados. Terá sido a tristeza ou a necessidade que os uniu? Ou será que isso é mesmo um curso natural para duas pessoas tão extraordinárias que têm a sorte de ter seus caminhos cruzados?

Sem mais perguntas, vamos aos fatos, discutindo o curso do relacionamento de Mulder e Scully nessa temporada.
Primeiro destaque da temporada: ênfase no que M&S têm de melhor, ou seja, os olhares e preocupações que um dirige ao outro. Toques ainda reservados e sutis (isso tende a melhorar muuuito com o tempo, graças a Deus!), palavras doces, conversas descontraídas e outras nem tanto, delicadezas nas entrelinhas (tem coisas que só shipper entende...o resto acha que é delírio...rs)...


Além disso, como ignorar o sonho (sonho ou premonição? Whatever....até a científica Scully acreditou que fosse Mulder falando com ela!) de Scully com Mulder lhe dizendo que voltaria para ela (#todasmorre) em The Blessing Way? E o abraço solidário em Paper Clip? (sim, suas metidas, foi solidário, oras!/ “Nay: solidário....sei.....na minha terra isso tem outro nome!”)

Em Clyde Bruckman's Final Repose, temos um Mulder todo orgulhoso de sua parceira por ter descoberto o assassino; fato que se repete em The Walk quando a moça dá um chega pra lá violento na pobre tenente. Alías, Mulder pode ir começando a se acostumar com o brilhantismo de Scully pra desvendar crimes, né não?

Quem não se angustiou quando essa mesma Scully, sempre centrada e profissionalmente eficiente, ficou perdida ao ver (ou pensar que via) seu parceiro perder a linha em Oubliette e em Grotesco? Mas, quem não ficaria? Confesso que fiquei muito abalada e temerosa por Mulder em Grotesco...

No entanto, não podemos julgar a Scully quando ela não acredita em Mulder em seus momentos nonsense, pois ele sempre é o primeiro a se preocupar se o julgamento de Scully está comprometido quando é ela que demonstra estar envolvida emocionalmente com um caso, como ocorreu em Revelations. É tocante como eles se preocupam um com o outro e se protegem nessas horas...


O lobo solitário, o Spooky Fox Mulder foi deixado de lado em War of the Coprophages e esta reputação foi trocada pelo prazer de ligar na madrugada para a sua parceira com o objetivo puro e único de conversar potocas (o significado desta palavra veio a mim através de nossa amiga Kaline. Achei oportuna aqui. rsrs). No mesmo episódio, a reservada e profissional Dana Scully foi substituída sem grandes traumas e em sequência por: a) uma garota sorridente ao receber uma ligação de sua pessoa favorita; b) pela amiga preocupada; c) pela mulher muito consternada com o fato de seu parceiro-amigo estar sozinho numa cidade com uma etimologista chamada Bambi. Nesse episódio também tem a clássica: “Tem certeza que não foi um gritinho de moça?”

E o que foi aquela crise de ciúmes extremada em Syzygy? Astros? Sei... Vamos esquecer essa atitude da Scully um pouco e pensemos na atitude DELE: "Não é nada disso que você está pensando". Vamos combinar que ele não devia explicação alguma pra ela? E se ele falou... é porque coisa tinha, certo? :D


Agora podemos falar da ruivinha ciumenta. Gente... UAU! Como diria a Star: Scully, teu nome é ciúme. E o melhor é que ela não tem a mínima ideia de como disfarçar! E uma das cenas mais bonitinhas deste episódio é quando ela realmente perde a paciência, diz que vai embora (own...) e ele, frustrado e cansado), se deixa cair de encontro à parede... ^^

Pusher...épico entre os épicos, que se torna especial não apenas pela famosa “lágrima de Pusher”, mas, principalmente pela sequência maravilhosa anterior a entrada de Mulder no hospital.


*Pausa para milhões suspiros de shippers*

Ok, voltemos.

Agora... que bandeira para aquele policial, hein? Ele estava ali... bonitinho vendo tudo de camarote e ainda com closes da Scully! Sortudo!

Toques de mãos, olhares cutes, palavras doces... e tudo isso sem nos matar de diabetes! Só em X-Files você vê algo assim.


Chegamos em Quagmire, que nos trouxe a famosa cena da pedra. Adoro que esses dois trabalhem assim... basicamente apenas eles dois. Dizem que mente vazia é a morada do diabo... isso não vale para M&S! Quando eles estão juntos e não tem mais nada o que fazer, sempre arranjam assunto e os tópicos escolhidos são os melhores ever! No entanto, acalmem-se garotas... Scully não estava querendo dar em cima de Mulder... ele que é muito gaiatinho, ok? ;-) (“Nay: Hum... sei...”)


Enfim, em Wetwired temos novamente um episódio com Mulder morto de preocupação com sua parceira. Ele nota quase que imediatamente que algo estava errado com ela; ele tenta protegê-la da perseguição dos policiais... Esse companheirismo e fidelidade que eles têm um com o outro é realmente notável e raro. Sim, eu já disse isso, mas é tão lindo que não custa repetir... rs.


Então, ele recebe aquela ligação... uma ligação que todos tememos receber... uma ligação que, quando temos um parente ou amigo em uma situação difícil, nos faz tremer sempre que o telefone toca... Ele tem que ir reconhecer um corpo que pode ser o de sua melhor amiga. Cenas perfeitas! Os pesados segundos, quando ele toma coragem antes de sair do carro, descarrega a raiva no falso informante e vai por aquele corredor que parece sem fim antes de chegar em frente à janela que pode destruir uma das melhores partes de sua vida, talvez a única que o mantenha vivo de verdade. E que alívio quando descobrimos, nós e Mulder, que não é a nossa Scully ali deitada!

E ainda assim, qual é o maior medo da Scully? Ser traída pelo seu parceiro.


E o pessoal de Arquivo X não queria que fôssemos shippers... *risos*

A terceira temporada, além de trazer nossos queridos agentes mais à vontade um com outro, mais firmes em seus propósitos e mais conscientes do trabalho que estavam fazendo, também deu a certeza para os que ainda duvidavam: Mulder e Scully pertencem um ao outro e nada nem ninguém mais pode caber nessa soma.

Vejam também:

Relacionamento Mulder e Scully - Primeira temporada/ Segunda temporada.